"O Presidente da República disse hoje não ver qualquer "problema político específico" na escala do primeiro-ministro na Hungria, onde assistiu a um jogo de futebol com Viktor Orbán, sublinhando que os dois países são aliados na União Europeia".
Salvo melhor opinião, um dos mais graves problemas de Portugal sempre foi, é, e continua a ser, a não definição de clara lista de prioridades.
Em Portugal a casa nunca está arrumada.
Quais são os problemas mais prementes, mais aflitivos, deste cada vez mais mal tratado país?
Não creio que seja, nem de longe nem de perto, a questão do desvio do avião Falcon pago pelos impostos dos contribuintes portugueses para o sr António Costa ir ver um jogo de futebol.
Isto dito, permita-se-me umas palavras sobre este episódio, que define bem quer Costa quer Marcelo, quer muitos outros do mesmo calibre.
Começo por Marcelo.
Se o jogo tivesse sido num país não UE e não NATO, já havia problema político específico?
Não vê problema específico, mas mal que pergunte, problema em termos gerais?
Adiante, que com esta criatura não vale a pena perder muito tempo.
Agora Costa.
Está-lhe na massa do sangue.
E a este propósito, recordo algumas tiradas suas muito iradas para alguns deputados do tipo - não lhe admito que . . . !
A criatura encrespou-se algumas vezes por outros directamente o questionarem no campo dos princípios e dos valores.
Mas não passa uma semana no máximo uma quinzena, sem que surja algo que nos tira dúvidas (se as houvesse) sobre o calibre desta criatura, sobre princípio, valores, decência.
Não era preciso mais este episódio para se perceber de que tipo de criatura estamos a falar.
Para este senhor com s minúsculo, é completamente inaceitável que alguém questione que se gastaram mais uns quantos litros de combustível, que o avião tenha feito mais horas, que mais esforço tenha caído sobre a tripulação, mais taxas aeroportuárias, etc.
À custa do erário público, satisfazer um capricho pessoal, seja por vício de futebol, seja para ir fazer campanha pessoal sobre o seu futuro, não se trata de problema político específico, trata-se no mínimo de uma questão de decência. Neste caso, indecência.
Vale a pena recordar aos srs Marcelo e Costa e outros do mesmo calibre, a diferença enorme que existe entre os eleitos que se servem dos cargos, e os eleitos que servem a sociedade.
A famosa fórmula - Servir e não, SERVIR-SE!
António Cabral (AC)
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