O Dia Nacional do Mar celebra-se em 16 de Novembro.
Periodicamente muitas luminárias debitam umas coisas sobre o mar, os desígnios, as potencialidades, etc.
Alguns, mais sérios, enfatizam que o mar representa um recurso potencial, uma oportunidade de futuro e de desenvolvimento. Falam na necessidade de qualificar recursos humanos, falam na importância do conhecimento científico, esquecem sempre de referir a indispensável vontade política. Por cá, essa vontade política continua à vista!
O nosso processo de extensão da plataforma continental arrasta-se nas burocracias da ONU desde salvo erro 2013. Nada que pareça incomodar os diversos e diferentes dirigentes políticos, estes e os anteriores, incluindo o pastel em NY.
Falam periodicamente sobre o "nosso mar", debitam umas palavrinhas, ás vezes mesmo vomitam grandes discursatas.
Será que se apercebem do fundamental?
Quem leu "Perfil das Ciências do Mar em Portugal"? (Mário Ruivo).
Uns dizem que estamos hoje mais atentos ao enorme potencial contido nos oceanos.
Por cá olham para o Mar numa perspectiva de futuro? Pensam sobre ele por exemplo como objecto de desenvolvimento?
O Mar remete-me também para as marinhas. As de, recreio, pesca, mercante, e a Marinha de Guerra assim designada até poucos anos depois de 1974, e daí para cá Marinha, apenas.
O "apenas" diz já muita coisa, pois o estado em que se encontra quanto a recursos humanos e materiais legitima dizer-se que é de bradar aos céus, e a caminhar para o comatoso.
Quanto a estaleiros navais também é uma triste história.
O dito país de marinheiros cada vez mais se parece com um país de manhosos marinheiros, e que não sabem nadar ou nadam mal.
Nesta/s área/s coloca-se também, como em tudo, a vontade política.
E o que se vê quanto às marinhas e particularmente à Marinha é que vontade há, mas sobretudo a de ir à casa de banho.
António Cabral (AC)
Quanto a políticos, e concretamente para começar, um titular de órgão de soberania, verifico que no sítio onde mostra as suas passeatas, as imposições de condecorações, as recepções de individualidades diversas, a promulgação disto e daquilo, a congratulação por isto e por aquilo, comemorações, jantares oferecidos, encontros, não houve tempo para uma palavra sobre o dia nacional do Mar, sobre o Mar.
É interessante, particularmente sendo o chefe da dita Casa Militar um vice-almirante.
Quanto ao governo PS, e quanto aos deputados TODOS, não é de admirar, não é verdade?
Bem pregava o saudoso professor Ernâni Lopes:
. . . O Mar é o único domínio da economia portuguesa que tem um carácter identitário . . . Portugal não se identifica por ter turismo nem por tirar partido do ambiente. O Mar não é só para tirar, extrair valor, é um elemento que nos define (como portugueses) e que nos dá identidade (num mundo global e multicultural) . . .
Esta gente só pensa em turismo, passeatas, que estrangeiros comprem muitas casas, e criam factos políticos constantes e cada vez mais patéticos e obscenos.
Aplica-se-lhes
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