quinta-feira, 4 de junho de 2015

NÃO TÊM VERGONHA NENHUMA NA CARA
A começar por muitos portugueses, que continuam a não entender o que é a vida, o que andam a fazer neste mundo, a pensar que o dinheiro cai do céu, como a chuva.
Podiam começar exactamente a pensar na chuva.
Ano de pouca água caída lá de cima, barragens em baixo, maiores gastos de água para os agricultores com reflexos nos produtos para venda e dificuldades acrescidas para quem precisa de comprar.
Mas a célebre "quem vier atrás que feche a porta" é ideia sempre presente da maioria dos meus concidadãos.
Acabado de fazer um "zaping" pela NET deparo com várias coisas que elucidam bem quantos andam por aí sem vergonha nenhuma na cara. Mas fico-me pelo economista que é inquilino de Belém. Exactamente, o actual PR. Que já foi PM, cerca de 10 anos, e no seu "reinado" a pesca nacional estoirou. É uma discussão que não é simples de fazer, mas continuo convicto de que várias coisas podiam ter sido um pouco diferentes.
Também nesta matéria, como em tudo o resto, coloco a questão da justiça à frente de todas as outras considerações. Pois com justiça a sério, talvez várias das falcatruas que se cometeram durante anos pudessem ter sido avaliadas diferentemente. Adiante.
Mas a realidade, é que hoje, muitos dos que no passado se esqueceram desta coisa simples - "Portugal é quase como uma ilha, água por todo o lado, uma ZEE brutal", hoje pavoneiam-se em aberturas de conferências, apelando a mudanças de paradigmas, que os oceanos têm que desempenhar maior papel na nossa economia, etc.
Mais conferências, mais um batalhão de especialistas nacionais, mais uns croquetes, e sorrisos de plástico para as revistas "fácies", "fuças", e "trombis".
Entretanto, pequenos detalhes:
- quantos estaleiros nacionais de pequena, de média e de grande dimensão existiam em 1987, e quantos existem hoje?
- qual a frota de pesca costeira e de arrasto, em 1987 e hoje?
- qual a quantidade e idade de navios da Marinha de Guerra adequados à fiscalização da pesca e salvamento marítimo em 1987 e hoje?
- que indústrias nacionais de transformação de pescado existiam em 1987 e existem hoje?
- qual o preço das embarcações de vela para aprendizagem e treino de jovens comparativamente com o praticado em Espanha?
Não vale a pena continuar, é tão triste.
O paradigma que devia mudar é o relativo à cambada que destruiu o País, e sobretudo à cambada que assistiu deleitado a essa destruição e que se tem governado à grande e à francesa, antes durante e após as três bancarrotas.
AC

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