segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

PRESIDENTES
Presidentes, na vigência da actual Constituição da República Portuguesa.
A sua acção contribuiu, certamente, cada um a seu modo, para o alicerçar da nossa democracia.
Aprendi desde muito cedo, que os homens se devem avaliar pelas suas acções e pelas suas inações.
A avaliação deve sempre, em primeiro lugar, salientar os aspectos positivos, as qualidades, que em cada ser humano existem.
Mas é também importante reter e realçar as deficiências.
Em Portugal isso não se faz em relação aos chamados importantes, ás chamadas elites.
A contribuição negativa para o regime por parte de cada um dos Presidentes existiu. Em todos eles.
As responsabilidades por isso, dirão alguns, é menos importante comparativamente com o que de positivo fizeram.
Discordo. Discordo que se apliquem bitolas diferentes aos cidadãos portugueses.
Acho aliás curioso o frequente sublinhar de que vivemos numa República quando, afinal, temos tanto tique da monarquia, a começar no famoso séquito. Na Presidência da República a começar em
Soares, nos outros órgãos de soberania, em variadíssimas instituições.
No funcionalismo público, nas forças armadas, porventura em muitas empresas privadas, nunca ninguém no topo da hierarquia vai de repente a algum sítio sem aviso prévio muito antecipado, e com grande séquito.
Claro que assim, está tudo sempre limpo, estão todos no serviço, está tudo florido e a reluzir, e com o vinho do Porto pronto para a saudação.
Não só por isto, mas muito por este tipo de coisas, Portugal continua a ser esta desgraça de País.
Estou até a lembrar-me de, anos atrás, um governante ter aparecido de repente em vários serviços dependentes do seu enorme ministério e, claro, que encontrou a balda que se sussurrava. Foi o início da sua desgraça, do ataque corporativo que veio a sofrer.
Quanto aos presidentes?
De Eanes, não esqueço nos primeiros anos a  passividade que permitiu certas criaturas aproveitarem-se da sua honestidade e, no segundo mandato, a questão PRD. Mas continuo a tê-lo como homem de honestidade intelectual e integridade muito fortes.
Mário Soares permitiu a engorda generalizada de muita criatura, paralelamente com o seu PM Cavaco Silva. Jorge Sampaio para lá do muito discutível "há mais vida" tudo fez para amparar o PS. Cavaco Silva em certa medida fez o mesmo quanto ao PSD. E deixou alastrar muita porcaria. Nem vou referir às nada explicadas questões pessoais do foro imobiliário. Os últimos três PR, a meu ver naturalmente, no lado negativo têm muitas culpas pelo estado a que chegou o País. Enfim.

AC

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