domingo, 21 de fevereiro de 2016

TER UM BLOGUE.    PORQUÊ UM BLOGUE?    TER OPINIÃO.
Ter um blogue, opinar, tentar não ser cerceado na informação.
Em que é que os blogues, sobretudo alguns, independentemente do que se pressente ser o seu diferente posicionamento perante a vida, a nossa sociedade, e perante a envolvente, me ajudam a melhor ponderar sobre a nossa passagem terrena e sobre o que acontece em Portugal e no mundo?
O meu entendimento, e em que a atrevida segurança que a já longa experiência de vida 
me dá escoras fiáveis, é de que com a sua leitura, cruzada com a dos "media" nacionais e internacionais, com livros, e com a visita a "sites" institucionais, melhor consigo pensar sobre a vida. A minha, dos meus, do País, do mundo.
Como referido no dia da minha emancipação bloguista em 11 de Dezembro 2013 (foi sempre muito bem acolhido num blogue de um amigo durante vários anos), decidi-me a criar um blogue sobretudo devido à minha amadora devoção à fotografia, mas também para não vir eventualmente a causar problemas ao amigo que durante anos abrigou as minhas opiniões, os meus desabafos, as minhas iras de cidadão. Ainda que continue a crer nunca me ter excedido disparatadamente nos textos que lhe fui remetendo.
Ter um blogue, opinar, desabafar, colocar à consideração dos outros perspectivas pessoais, nada resolve na realidade que nos cerca, na chamada envolvente. Não tenho a menor dúvida.
Mas perscrutar a "blogosfera", nacional e estrangeira, diz-me ou desperta-me para o que muitas das vezes não consigo saber na comunicação social portuguesa. E este é um aspecto importante e é também, a meu ver, um dos sintomas das doenças da sociedade portuguesa contemporânea. A história do Iceberg de post anterior, o pouco ou nada que se apura e o muito ou tudo que nos escondem.
Tenho as maiores desconfianças pela esmagadora maioria dos titulares dos órgãos de soberania. Incluindo os anteriores dos últimos 40 anos (não vale a pena olhar para o outro passado). E pela esmagadora maioria dos políticos e da gentinha usualmente designada por elites.
A democracia tem regras que, sempre que as coisas lhes desagradam, muitos fazem por esquecer. Como anda acontecendo, outra vez.

Quem me conhece bem, de facto, sabe que não sou do género de dizer mal por dizer. O que não significa que me coíba de reflectir por vezes com dureza acerca de muitas pouca vergonhas que continuam a macular a nossa sociedade.
Num blogue é muito fastidioso optar por textos demasiado pesados e longos. Procuro evitar. O evitar não significa incapacidade para estudos com cabeça tronco e membros, ou estudos de verdadeiro estado-maior.
Também não creio que um blogue deva servir para elogiar ou deitar abaixo este ou aquele, este ou aquele partido, etc. Há quem o faça, certamente. 
Basta-me apontar o que me parece bem e o que entendo criticável e a melhorar ou evitar de futuro. Procurando sempre (falho por vezes, certamente) não me basear em - diz-se.
Gosto de ler vários blogues. Atrevo-me a presumir que muitos dos que me visitam não se sentem desconfortáveis quando percorrem os meus textos e as minhas fotografias. Aliás, deixo a sugestão para revistarem muito para trás. Para recordarem, irem aos posts antigos.
Quem me conhece bem detecta no blogue algumas das minhas qualidades e as características que tenho procurado melhorar, pelo menos minimizar. Exactamente, os defeitos.
Não sou advogado em causa própria. Ainda assim não me parece que o - Chapéus há muitos - possa ser rotulado de ""alinhado"" seja com o que for.
Entendo que uma das tragédias nacionais está na enorme falta de cultura, na falta de educação demostrada por muitos políticos , deficiências de formação, que leva a que tantos dos meus concidadãos esqueçam sucessivamente a banditagem política que nos desgraça em cada mandato ganho nas urnas. Ganho nas urnas com promessas que antecipadamente sabiam não poder cumprir. Mas os meus concidadãos continuam a creditar. E isto angustia.
Atrevidamente, talvez muitos blogues como o meu possam dar uma pequeníssima ajuda para melhorar este estado de coisas. 
Já dizia o ratinho - "qualquer bocadinho ajuda"- e mijou no mar!
Porque não posso esquecer que existe uma diferença abissal entre homens de coluna vertebral e certos pequenotes com cartilagem nas costas que pululam a vida política e muitas empresas que o erário publico suporta.
Infelizmente são imensos desses que dominam nas instâncias de poder, aliados a escritórios e "donozinhos" disto e daquilo. Existem umas quantas honrosas excepções, mas são bastante menos que a maioria bafienta.
O que me desgosta é assistir a lutas pequeninas e estúpidas, alimentadas por fações esquisitas. Como se não houvesse outra dimensão para melhorar a nossa sociedade.
Preocupa-me, muito, as faixas etárias dos que actualmente têm entre 10 e 20 como os meus netos, 30, 40 e 50 anos. Quase todos nascidos depois do 25 de Abril. Preocupa-me que muitos, presumo, não se revejam em nenhum partido actual. Preocupa-me, e eu senti-o, que não consigam participar efectivamente a não ser que se metam em "jotas" ou em certas áreas nas autarquias, ou em certas organizações capturadas. Preocupa-me o simplismo que hoje se vê muito, ou o - és por mim ou estás contra mim -, ou só subirem aqueles que dizem "amém" aos chefes!
Fico por aqui. 

Não faço combate político. E nunca me metamorfoseei. Mas interessa-me a vida dos meus, a dos meus concidadãos, preocupa-me a infelicidade que atinge milhões, as desigualdades gritantes, a ineficácia das instituições como por exemplo a justiça e os reguladores,
Como bem assinalado, "Recomeça..........se puderes, sem angústia e sem pressa, e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcançares não descanses, de nenhum fruto queiras só metade." MIGUEL TORGA

Isto dito, nada mais,..............pintassilgos não são pardais.
António Cabral (AC)

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