sábado, 1 de fevereiro de 2020

NO  PAÍS  de  MARINHEIROS....
No País de marinheiros, que ainda muitos dizem que Portugal é, no País que tem água que nunca mais acaba, no País onde se mete cada vez mais água, acontecem as coisas mais inacreditáveis, e a todos os níveis.
Num intervalo num dos meus roteiros por aí, estive a ler pela NET vários OCS mais atrasados e outros do dia.
Entre várias coisas inacreditáveis por cá e lá por fora, dou de caras no DN com uma notícia sobre a Marinha, a nossa Marinha de guerra, que muitos designam por briosa.
Concretamente, o navio reabastecer logístico da Marinha, o "Bérrio" velhinho de 50 anos ao que dizem, vai para o fim de vida. E não tem substituto. Sim, porque alguns quer dentro quer fora da instituição militar e particularmente os políticos, esquecem-se que arranjar um navio não é bem como ir ao supermercado comprar uma coisa que lá esteja nas prateleiras. 
Um antigo responsável máximo da Marinha diz no DN que a coisa é catastrófica. 
Eu atrevo-se a acrescentar, que além de catastrófico é inadmissível e bem ilustrativo dos dirigentes nacionais, que nos desgovernam há décadas. Um navio novo leva anos a obter. Um em segunda mão leva menos tempo, mas ainda leva muito tempo e também ainda assim muito dinheiro.
Outra reacção ao assunto, segundo o DN, foi do deputado do PCP, António Filipe, que integra a Comissão Parlamentar de Defesa, e que além de querer questionar o governo sobre este caso (o que não vai servir para nada, mas fica sempre bem este tipo de revoltas do PCP, como se não soubessem das coisas antes e não tivessem briefings periódicos na Marinha e nos outros ramos), e por achar tudo isto muito estranho terá afirmado - "Parece-me óbvio que houve uma falha grave na LPM, ............era preciso ter a certeza que o NRP Bérrio iria aguentar até lá. Não se percebe como é que a Marinha na definição das suas prioridades para a LPM não previu esta situação". Pois não, qualquer cidadão comum não perceberá. Eu que pouco sei destas coisas não percebo ou melhor, percebo perfeitamente porque se chegam a estados destes.
Se ao longo dos anos se tivessem deixado de tretas parvas depois de regressar das regulares audiências com os ministros - o sr ministro prometeu-me
E, de facto, para lá de ser conhecida a desgraça de governantes nacionais e então na Defesa isso tem sido gritante, parece haver aqui qualquer coisa estranha no que se refere ao planeamento da tal lei LPM, que a experiência diz ser normalmente uma lei de  concretização confrangedora.
Tanto mais estranho isto tudo parece ser se sobretudo atentarmos, como o ex-chefe da Marinha (que era já sabedor do problema a curto prazo) se pronunciou, como sabedores eram os seus sucessores um dos quais é aliás o actual chefe de estado-maior general das forças armadas, oficial este que é almirante da Marinha, e que foi chefe da Marinha antes do actual, e é o principal conselheiro do ministro Cravinho. Que conselhos lhe dará?
Estarei enganado ou nenhum está bem na fotografia?
Fácil de ver as limitações operacionais e de funcionamento que a ausência de tal tipo de navio coloca, à Marinha e naturalmente ao País. 
País que se contenta em ter uns quantos camuflados no Afeganistão, no Iraque e em África, e se contenta em vestir também camuflados aos PR, aos PM, e aos sucessivos e trágicos ministros da chamada defesa nacional de cada vez que suas Exas visitam quartéis cá e lá fora. Mas ficam bonitos nas fotografias. Então com capacete, giríssimos.
O facto de termos regiões autónomas, ou portugueses espalhados por esse mundo fora isso são "pintelhos" como dizia uma inacreditável criatura.
Chegou-se a este e outros lamentáveis estados, mas temos uma categoria de ministro que recomenda passar uma noite num quartel, e se prepara para programar roteiros.......se calhar viu um daqueles livros com trilhos pela natureza.
Arsenal do Alfeite, navios sem modernização, pirâmide de pessoal ao contrário, salários bastante abaixo ao equivalente na GNR.....(GNR que formou mais 900)......mas dizem que é um País de marinheiros.
Pessoalmente, cada vez mais me parece um Pais de banhistas, muito manhosos, e em que a maioria se calhar não sabe nadar.
Mas vivemos felizes, de página virada, sendo os melhores dos melhores.
Tive um amigo, na Guiné, um malogrado amigo que muito me ensinou e com quem passei noitadas em conversa, infelizmente prematuramente desaparecido, e que em 1972 numa noite de maior desânimo por causa de coisas da guerra onde o haviam metido, dizia sobre alguns trastes e farsolas mas sobretudo acerca do tristemente famoso pai de um artista político que por aí se pavoneia na TV e em lugares de elite (só falta chamarem-lhe senador) - se fossem apanhar no sítio onde as galinhas põem o ovo.
Caro Rita, como deves dar voltas lá onde estás, observando estas desgraças todas e todos estes palermas.
AC

Sem comentários:

Enviar um comentário