Foi aqui que a "cegonha" me largou, depois da IIGG, já lá vão várias décadas.
No caminho por mim percorrido, e sem desvendar muito porque não quero maçar excessivamente com coisas privadas, pouco passava dos três meses de idade quando fui com os meus pais viver para Luanda. Regressámos com mais um bebé, e eu praticamente com 6 anos.
Estudei, fui aluno razoável em algumas disciplinas, fraco e a passar à tangente em outras, depois, a seguir ao liceu, uns tropeções. Formei-me e arranjei profissão, bati com os costados 1 mês em Cabo Verde e mais 21 meses na Guiné, na guerra em África.
Pela profissão e à minha custa (escudos e euros), conheço alguma coisa do mundo: EUA, Canadá, Brasil, Reino Unido, Itália, França, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Islândia, Holanda, Alemanha, Espanha, Luxemburgo. Estive em vários desses países pela profissão mas também como turista. Como adulto, e tudo somado, estive fora de casa mais de 8 anos da minha vida.
Pela profissão e à minha custa (escudos e euros), conheço alguma coisa do mundo: EUA, Canadá, Brasil, Reino Unido, Itália, França, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Islândia, Holanda, Alemanha, Espanha, Luxemburgo. Estive em vários desses países pela profissão mas também como turista. Como adulto, e tudo somado, estive fora de casa mais de 8 anos da minha vida.
Conheço razoavelmente a Madeira e os Açores, melhor os Açores, e conheço muito bem quase todos os cantinhos do Portugal Continental. Não é impunemente que um carro a 2 meses de perfazer 4 anos de idade, há muito que deixou para trás os 130 mil Km.
Eu também conheço o meu País e, como eu, certamente muitos milhares de Portugueses o conhecem. Admito, no entanto, que mais de 60 /70 % dos meus concidadãos o conheçam mal.
Conheço-o bastante bem, e creio que tenho uma noção muito razoável do que são os portugueses, com as suas fraquezas, forças, defeitos, qualidades, as suas generosidade e solidariedade.
Por força da vida profissional mas muito pelos relacionamentos na vida privada, conheço razoavelmente sectores particulares da sociedade, e vários dos diferentes estratos sociais.
Conheço-o bastante bem, e creio que tenho uma noção muito razoável do que são os portugueses, com as suas fraquezas, forças, defeitos, qualidades, as suas generosidade e solidariedade.
Por força da vida profissional mas muito pelos relacionamentos na vida privada, conheço razoavelmente sectores particulares da sociedade, e vários dos diferentes estratos sociais.
Sei de há décadas, por formação, que na avaliação das pessoas se deve começar por realçar as qualidades e as suas características positivas e, depois, abordar o que até dado momento não correu bem, o que está mais fraco, o que precisa de ser melhorado, ou mesmo alterado.
Para países, instituições, empresas, colectividades, associações, etc., o método deve ser semelhante, realçar primeiro o bem e o bom, não esquecendo de apontar também e SEMPRE tudo que precisa de ser melhorado. E pode sempre melhorar-se.
Vem isto a propósito do jornalista Nicolau Santos (NS), actualmente chefiando a Lusa, jornalista com créditos vários mas, também, com particularidades e episódios que me dispenso de enumerar.
Chegou-me ás mãos um texto de NS, laudatório, sobre Portugal.
Pessoalmente considero sempre importante evidenciar o que no meu País corre bem, se faz bem, se melhora, se produz, se inova e se inventa, aquilo em que nos evidenciamos cá dentro e com repercussões no exterior das nossas fronteiras. Mas não devemos apagar a memória.
Vem isto a propósito do jornalista Nicolau Santos (NS), actualmente chefiando a Lusa, jornalista com créditos vários mas, também, com particularidades e episódios que me dispenso de enumerar.
Chegou-me ás mãos um texto de NS, laudatório, sobre Portugal.
Pessoalmente considero sempre importante evidenciar o que no meu País corre bem, se faz bem, se melhora, se produz, se inova e se inventa, aquilo em que nos evidenciamos cá dentro e com repercussões no exterior das nossas fronteiras. Mas não devemos apagar a memória.
Com sublinhados meus, e numeração a encarnado que me permiti introduzir como alíneas para separar melhor as indicações, o texto de NS é este:
"EU CONHEÇO UM PAÍS ... "
EM ESPECIAL, PARA OS QUE SÓ SABEM DIZER MAL
"Eu conheço um País..."
por Nicolau Santos (Jornalista)
1.... Eu conheço um país que no ano de 2020 ficou em casa, cumpriu as recomendações da organização mundial de saúde, e foi capaz de salvar grande parte da sua população
2."Eu conheço um país que em 30 anos passou de uma das piores taxas de mortalidade infantil (80 por mil) para a quarta mais baixa taxa a nível mundial (3 por mil).
3. Que em oito anos construiu o segundo mais importante registo europeu de dadores de medula óssea, indispensável no combate às doenças leucémicas.
4. Que é líder mundial no transplante de fígado e está em segundo lugar no transplante de rins.
5. Que é líder mundial na aplicação de implantes imediatos e próteses dentárias fixas para desdentados totais.
6. Eu conheço um país que tem uma empresa que desenvolveu um software para eliminação do papel enquanto suporte do registo clínico nos hospitais (Alert), outra que é uma das maiores empresas ibéricas na informatização de farmácias (Glint) e outra que inventou o primeiro antiepilético de raiz portuguesa (Bial).
7. Eu conheço um país que é líder mundial no sector da energia renovável e o quarto maior produtor de energia eólica do mundo, que também está a construir o maior plano de barragens (dez) a nível europeu (EDP).
8. Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o primeiro sistema mundial de pagamentos pré-pagos para telemóveis (PT), que é líder mundial em software de identificação (NDrive), que tem uma empresa que corrige e detecta as falhas do sistema informático da Nasa (Critical) e que tem a melhor incubadora de empresas do mundo (Instituto Pedro Nunes da Universidade de Coimbra)
9. Eu conheço um país que calça cem milhões de pessoas em todo o mundo e que produz o segundo calçado mais caro a nível planetário, logo a seguir ao italiano. E que fabrica lençóis inovadores, com diferentes odores e propriedades anti-germes, onde dormem, por exemplo, 30 milhões de americanos.
10. Eu conheço um país que é o «state of art» nos moldes de plástico e líder mundial de tecnologia de transformadores de energia (Efacec) e que revolucionou o conceito do papel higiénico(Renova).
11. Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial e que desenvolveu um sistema inovador de pagar nas portagens das auto-estradas (Via Verde).
12. Eu conheço um país que revolucionou o sector da distribuição, que ganha prémios pela construção de centros comerciais noutros países (Sonae Sierra) e que lidera destacadíssimo o sector do «hard-discount» na Polónia (Jerónimo Martins).
13 . Eu conheço um país que fabrica os fatos de banho que pulverizaram recordes nos Jogos Olímpicos de Pequim, que vestiu dez das selecções hípicas que estiveram nesses Jogos, que é o maior produtor mundial de caiaques para desporto, que tem uma das melhores seleções de futebol do mundo, o melhor treinador do planeta (José Mourinho) e um dos melhores jogadores (Cristiano Ronaldo).
14. Eu conheço um país que tem um Prémio Nobel da Literatura (José Saramago), uma das mais notáveis intérpretes de Mozart (Maria João Pires) e vários pintores e escultores reconhecidos internacionalmente (Paula Rego, Júlio Pomar, Maria Helena Vieira da Silva, João Cutileiro).
15. O leitor, possivelmente, não reconhece neste país aquele em que vive.
Este país é Portugal. Tem tudo o que está escrito acima, mais um sol maravilhoso, uma luz deslumbrante, praias fabulosas, ótima gastronomia. Bem-vindo a este país que não conhece:
Nicolau Santos
Como sempre, respeito as opiniões de outrem, concorde ou discorde delas.
Como creio já se poderia deduzir das minhas palavras mais acima, obviamente que concordo com o realçar de coisas extraordinárias que se têm passado em Portugal, e que NS aponta sem esgotar o muito de que nos podemos orgulhar.
Não só concordo como, repetindo-me, isso é muito importante, a todos os títulos, e na minha opinião designadamente por, orgulho, por patriotismo, para puxar pelo ego nacional, para demonstrar aos nacionais e estrangeiros algumas das nossas capacidades e potencialidades, do que como sociedade somos capazes, do que seremos capazes se ASSIM SE QUISER.
Para lá dos esquecidos, para lá dos ignorantes, e para lá dos muitos que não procuram minimizar as ignorâncias e limitações, existe muito por aí uma certa postura ou mentalidade, o que quiserem, de que o lá de fora é que é bom.
Nuns casos é, em muitos não é e, infelizmente, nós por cá continuamos a não ter capacidade e estruturas para produzir determinados produtos.
Eu conheço muito do meu País, e conheço muito do que NS enuncia. E cada vez mais me procuro informar e estar atento.
As minhas constantes passagens cima abaixo pelo Continente, estão sempre longe de ser meras correrias turísticas do tipo olhar superficialmente o que está à vista e passar à frente.
Paro, estaciono, muitas vezes resido temporariamente, de alguns lugares faço quartel - general para a partir deles fazer "raides" circulares de 70 a 90 Km, e percorro e estudo o que preparei para cada viagem e circuito.
Por outro lado, em certa medida, as circunstâncias da vida fizeram de mim um felizardo.
Compro lençóis e atoalhados em certos locais onde só vão outros como eu, e dessas empresas exportadoras para excelentes marcas estrangeiras recebo periodicamente indicação das novidades a curto prazo.
Como outros como eu, compro belíssimas camisas à boca da produção.
Como outros como eu, compro a bom preço, em locais específicos, delícias que as uvas proporcionam.
Como outros como eu, conheço vários dos locais mais especializados em mobiliário e certo tipo de antiguidades.
O ter na família muitos médicos e dois enfermeiros, estando quase no activo mais duas médicas, e como várias vezes aqui fiz referência, muito me ajudou a ponderar sobre a saúde em Portugal, o SNS, os hospitais privados, as unidades de saúde antes do 25 de Abril, a medicina, a enfermagem, as farmácias, o preço dos medicamentos, as insuficiências várias, e o que de extraordinário se pode enumerar nestas áreas. E como NS bem refere, o feito referido no parágrafo 2., é das coisas mais notáveis alcançadas na nossa sociedade.
Por trágicas razões familiares, conheço alguma coisa do referido em 3., inclusivamente, voluntariei-me no princípio de 2009 para ver se podia ser dador de medula mas, infelizmente e inacreditavelmente, não era compatível com quem disso precisava, e que veio a falecer em 27 de Agosto de 2009 ao fim de 8 meses e 8 dias de horrível agonia.
Por razões familiares estou bem inteirado quando às questões várias como as do parágrafo 5.
Sei o que são e o que fazem várias das empresas tecnológicas apontadas por NS, bem lembradas, e que são credoras de todos os encómios.
Na Efacec, trabalhou um sobrinho meu, engenheiro, e que teve uma premonição, largou-a há quase seis anos e foi-se embora, e reside com a família na Dinamarca onde trabalha numa grande multinacional.
NS podia ter-se lembrado de que Saramago não está sozinho, mas enfim.
Já quanto ao plano de barragens, quem sou eu para o comentar mas, arrisco, talvez o plano tenha uns ligeiros "quês"!!!!!
NS faz bem em puxar pelas empresas onde, por exemplo, no sector dos moldes damos cartas, na Simoldes e muitas outras.
Eu conheço muito razoavelmente o meu País.
Portugal tem, felizmente, aquilo tudo e mais.
Portugal é bem capaz de ser um País incrível, no que isso tem de extraordinário e no que tem, AINDA, de muito lamentável.
Portugal tem uma sociedade ainda cheia de problemas, infelizmente, como muitos outros países também têm.
Portugal é um País muito frágil, como mais uma vez está à vista.
Portugal é feito de pessoas, com defeitos e qualidades, como eu e milhões de outros.
Portugal, creio não estar enganado, e ainda que demasiado lentamente, vai tendo cada vez mais pessoas que pensam pela sua cabeça, e onde a honestidade intelectual começa a não ser um bem assim tão escasso.
Em Portugal, vai havendo cada vez mais pessoas que detectam imediatamente o nepotismo, o amiguismo, o favorecimento, o favorzinho aos mandantes do momento, a propaganda, a recompensa, a sinecura que convém proteger e o politicamente correcto.
Creio que já não estamos exactamente no tempo de certos eventos periodicamente patrocinados por banqueiros, para grande gáudio de alguns subservientes que nunca souberam de nada, nunca de nada desconfiaram, nunca viram nada.
Mas, a espaços, afinal parece-me que ainda estamos.
Portugal é, TAMBÉM, o País do, BPN, do BPP, do BES, do BANIF, do Banco de Portugal, da CMVM, dos famosos escritórios de advogados, da introdução da vírgula, dos reguladores (???), dos colarinhos brancos que todos sabemos quem são, do corrupio entre Estado, empresas, reguladores, banca, negócios; Portugal é o País do edil sucessivamente condenado por tribunais e sucessivamente disso recorrendo pois assim quase tem a garantia de não haver desfecho antes das autárquicas de 2021 e, portanto, conseguir acabar o mandato.
Portugal é, TAMBÉM, o País com o preço dos combustíveis esmagado em mais de 65 % de impostos para o Estado, com algumas auto-estradas quase paralelas, com centenas e centenas de lares ilegais e não fiscalizados, com provavelmente mais de metade do território Continental quase despovoado.
Portugal é, TAMBÉM, o País onde ainda subsiste uma enorme e descarada ausência de vergonha na cara. É o país da doutrina - para os amigos tudo, para os inimigos nada, aos restantes aplique-se a lei - doutrina de que se sabe a origem mas que é aplicada também por muitas outras colorações políticas/ ideológicas.
Portugal é o País com coisas muito boas, outras boas, outras más, onde vivem mais ou menos 10 milhões de pessoas, e onde se continua a dar pouca consideração a essas pessoas, como se tem visto na recente pandemia.
Portugal é o País onde os do costume estão sempre venerandos e agradecidos, lambendo as botas aos protectores, como diariamente se vai vendo, por exemplo mas não só, a propósito da presente pandemia.
Eu também conheço e bem o meu País.
E continuo a não aceitar que façam de mim pateta.
António Cabral (AC)
EM ESPECIAL, PARA OS QUE SÓ SABEM DIZER MAL
"Eu conheço um País..."
por Nicolau Santos (Jornalista)
1.... Eu conheço um país que no ano de 2020 ficou em casa, cumpriu as recomendações da organização mundial de saúde, e foi capaz de salvar grande parte da sua população
2."Eu conheço um país que em 30 anos passou de uma das piores taxas de mortalidade infantil (80 por mil) para a quarta mais baixa taxa a nível mundial (3 por mil).
3. Que em oito anos construiu o segundo mais importante registo europeu de dadores de medula óssea, indispensável no combate às doenças leucémicas.
4. Que é líder mundial no transplante de fígado e está em segundo lugar no transplante de rins.
5. Que é líder mundial na aplicação de implantes imediatos e próteses dentárias fixas para desdentados totais.
6. Eu conheço um país que tem uma empresa que desenvolveu um software para eliminação do papel enquanto suporte do registo clínico nos hospitais (Alert), outra que é uma das maiores empresas ibéricas na informatização de farmácias (Glint) e outra que inventou o primeiro antiepilético de raiz portuguesa (Bial).
7. Eu conheço um país que é líder mundial no sector da energia renovável e o quarto maior produtor de energia eólica do mundo, que também está a construir o maior plano de barragens (dez) a nível europeu (EDP).
8. Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o primeiro sistema mundial de pagamentos pré-pagos para telemóveis (PT), que é líder mundial em software de identificação (NDrive), que tem uma empresa que corrige e detecta as falhas do sistema informático da Nasa (Critical) e que tem a melhor incubadora de empresas do mundo (Instituto Pedro Nunes da Universidade de Coimbra)
9. Eu conheço um país que calça cem milhões de pessoas em todo o mundo e que produz o segundo calçado mais caro a nível planetário, logo a seguir ao italiano. E que fabrica lençóis inovadores, com diferentes odores e propriedades anti-germes, onde dormem, por exemplo, 30 milhões de americanos.
10. Eu conheço um país que é o «state of art» nos moldes de plástico e líder mundial de tecnologia de transformadores de energia (Efacec) e que revolucionou o conceito do papel higiénico(Renova).
11. Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial e que desenvolveu um sistema inovador de pagar nas portagens das auto-estradas (Via Verde).
12. Eu conheço um país que revolucionou o sector da distribuição, que ganha prémios pela construção de centros comerciais noutros países (Sonae Sierra) e que lidera destacadíssimo o sector do «hard-discount» na Polónia (Jerónimo Martins).
13 . Eu conheço um país que fabrica os fatos de banho que pulverizaram recordes nos Jogos Olímpicos de Pequim, que vestiu dez das selecções hípicas que estiveram nesses Jogos, que é o maior produtor mundial de caiaques para desporto, que tem uma das melhores seleções de futebol do mundo, o melhor treinador do planeta (José Mourinho) e um dos melhores jogadores (Cristiano Ronaldo).
14. Eu conheço um país que tem um Prémio Nobel da Literatura (José Saramago), uma das mais notáveis intérpretes de Mozart (Maria João Pires) e vários pintores e escultores reconhecidos internacionalmente (Paula Rego, Júlio Pomar, Maria Helena Vieira da Silva, João Cutileiro).
15. O leitor, possivelmente, não reconhece neste país aquele em que vive.
Este país é Portugal. Tem tudo o que está escrito acima, mais um sol maravilhoso, uma luz deslumbrante, praias fabulosas, ótima gastronomia. Bem-vindo a este país que não conhece:
Nicolau Santos
Como sempre, respeito as opiniões de outrem, concorde ou discorde delas.
Como creio já se poderia deduzir das minhas palavras mais acima, obviamente que concordo com o realçar de coisas extraordinárias que se têm passado em Portugal, e que NS aponta sem esgotar o muito de que nos podemos orgulhar.
Não só concordo como, repetindo-me, isso é muito importante, a todos os títulos, e na minha opinião designadamente por, orgulho, por patriotismo, para puxar pelo ego nacional, para demonstrar aos nacionais e estrangeiros algumas das nossas capacidades e potencialidades, do que como sociedade somos capazes, do que seremos capazes se ASSIM SE QUISER.
Para lá dos esquecidos, para lá dos ignorantes, e para lá dos muitos que não procuram minimizar as ignorâncias e limitações, existe muito por aí uma certa postura ou mentalidade, o que quiserem, de que o lá de fora é que é bom.
Nuns casos é, em muitos não é e, infelizmente, nós por cá continuamos a não ter capacidade e estruturas para produzir determinados produtos.
Eu conheço muito do meu País, e conheço muito do que NS enuncia. E cada vez mais me procuro informar e estar atento.
As minhas constantes passagens cima abaixo pelo Continente, estão sempre longe de ser meras correrias turísticas do tipo olhar superficialmente o que está à vista e passar à frente.
Paro, estaciono, muitas vezes resido temporariamente, de alguns lugares faço quartel - general para a partir deles fazer "raides" circulares de 70 a 90 Km, e percorro e estudo o que preparei para cada viagem e circuito.
Por outro lado, em certa medida, as circunstâncias da vida fizeram de mim um felizardo.
Compro lençóis e atoalhados em certos locais onde só vão outros como eu, e dessas empresas exportadoras para excelentes marcas estrangeiras recebo periodicamente indicação das novidades a curto prazo.
Como outros como eu, compro belíssimas camisas à boca da produção.
Como outros como eu, compro a bom preço, em locais específicos, delícias que as uvas proporcionam.
Como outros como eu, conheço vários dos locais mais especializados em mobiliário e certo tipo de antiguidades.
O ter na família muitos médicos e dois enfermeiros, estando quase no activo mais duas médicas, e como várias vezes aqui fiz referência, muito me ajudou a ponderar sobre a saúde em Portugal, o SNS, os hospitais privados, as unidades de saúde antes do 25 de Abril, a medicina, a enfermagem, as farmácias, o preço dos medicamentos, as insuficiências várias, e o que de extraordinário se pode enumerar nestas áreas. E como NS bem refere, o feito referido no parágrafo 2., é das coisas mais notáveis alcançadas na nossa sociedade.
Por trágicas razões familiares, conheço alguma coisa do referido em 3., inclusivamente, voluntariei-me no princípio de 2009 para ver se podia ser dador de medula mas, infelizmente e inacreditavelmente, não era compatível com quem disso precisava, e que veio a falecer em 27 de Agosto de 2009 ao fim de 8 meses e 8 dias de horrível agonia.
Por razões familiares estou bem inteirado quando às questões várias como as do parágrafo 5.
Sei o que são e o que fazem várias das empresas tecnológicas apontadas por NS, bem lembradas, e que são credoras de todos os encómios.
Na Efacec, trabalhou um sobrinho meu, engenheiro, e que teve uma premonição, largou-a há quase seis anos e foi-se embora, e reside com a família na Dinamarca onde trabalha numa grande multinacional.
NS podia ter-se lembrado de que Saramago não está sozinho, mas enfim.
Já quanto ao plano de barragens, quem sou eu para o comentar mas, arrisco, talvez o plano tenha uns ligeiros "quês"!!!!!
NS faz bem em puxar pelas empresas onde, por exemplo, no sector dos moldes damos cartas, na Simoldes e muitas outras.
Eu conheço muito razoavelmente o meu País.
Portugal tem, felizmente, aquilo tudo e mais.
Portugal é bem capaz de ser um País incrível, no que isso tem de extraordinário e no que tem, AINDA, de muito lamentável.
Portugal tem uma sociedade ainda cheia de problemas, infelizmente, como muitos outros países também têm.
Portugal é um País muito frágil, como mais uma vez está à vista.
Portugal é feito de pessoas, com defeitos e qualidades, como eu e milhões de outros.
Portugal, creio não estar enganado, e ainda que demasiado lentamente, vai tendo cada vez mais pessoas que pensam pela sua cabeça, e onde a honestidade intelectual começa a não ser um bem assim tão escasso.
Em Portugal, vai havendo cada vez mais pessoas que detectam imediatamente o nepotismo, o amiguismo, o favorecimento, o favorzinho aos mandantes do momento, a propaganda, a recompensa, a sinecura que convém proteger e o politicamente correcto.
Creio que já não estamos exactamente no tempo de certos eventos periodicamente patrocinados por banqueiros, para grande gáudio de alguns subservientes que nunca souberam de nada, nunca de nada desconfiaram, nunca viram nada.
Mas, a espaços, afinal parece-me que ainda estamos.
Portugal é, TAMBÉM, o País do, BPN, do BPP, do BES, do BANIF, do Banco de Portugal, da CMVM, dos famosos escritórios de advogados, da introdução da vírgula, dos reguladores (???), dos colarinhos brancos que todos sabemos quem são, do corrupio entre Estado, empresas, reguladores, banca, negócios; Portugal é o País do edil sucessivamente condenado por tribunais e sucessivamente disso recorrendo pois assim quase tem a garantia de não haver desfecho antes das autárquicas de 2021 e, portanto, conseguir acabar o mandato.
Portugal é, TAMBÉM, o País com o preço dos combustíveis esmagado em mais de 65 % de impostos para o Estado, com algumas auto-estradas quase paralelas, com centenas e centenas de lares ilegais e não fiscalizados, com provavelmente mais de metade do território Continental quase despovoado.
Portugal é, TAMBÉM, o País onde ainda subsiste uma enorme e descarada ausência de vergonha na cara. É o país da doutrina - para os amigos tudo, para os inimigos nada, aos restantes aplique-se a lei - doutrina de que se sabe a origem mas que é aplicada também por muitas outras colorações políticas/ ideológicas.
Portugal é o País com coisas muito boas, outras boas, outras más, onde vivem mais ou menos 10 milhões de pessoas, e onde se continua a dar pouca consideração a essas pessoas, como se tem visto na recente pandemia.
Portugal é o País onde os do costume estão sempre venerandos e agradecidos, lambendo as botas aos protectores, como diariamente se vai vendo, por exemplo mas não só, a propósito da presente pandemia.
Eu também conheço e bem o meu País.
E continuo a não aceitar que façam de mim pateta.
António Cabral (AC)
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