sexta-feira, 6 de setembro de 2024

PENAMACOR, MUSEUS, e REALIDADES

Estive ontem em Penamacor com os dois netos mais novinhos. O objectivo, concretizado, era sobretudo ir visitar o Museu Municipal de Penamacor.

Porquê este, para começar?

Porque tem um espólio muito interessante em vários domínios, desde inúmeros achados encontrados em escavações na zona da parte velha e não só (porcelanas, vidros, cerâmica diversa, moedas, etc.), à parcial tipografia do pai de António José Seguro, passando por fotografias diversas sobre a região, passados agrícolas e industriais, arte sacra, caleches, máquinas de escrever, alfaias e outros utensílios agrícolas, túmulos, e avifauna diversa embalsamada, da que é possível encontrar na região. Uma preservação de património material muito interessante. E há também uma interessante ligação à Serra da Malcata.

Este último núcleo ainda mais excitou os pequeninos.

Mas estou a falar disto não para maçar com coisas privadas mas para dar conta de algumas realidades. Algumas, são tristes realidades.

Penamacor, a freguesia, sem contar com os pequeninos núcleos habitacionais e populacionais à sua volta e integrando o Concelho de  Penamacor, não deverá neste momento chegar às 5000,00 almas!

Se nos lembramos por exemplo de freguesias de, Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro, Setúbal, está tudo bem claro quanto ao estado de organização do país na parte Continental.

Uma coisa que anualmente chama gentes a Penamacor é o famoso Madeiro, por altura do Natal, um "lume" impressionante.

Penamacor tem, além do Museu Municipal, mais outros simpáticos museus, opinião pessoal naturalmente. 

Tem também, 

a "Casa Memória da Medicina Sefardita Ribeiro Sanches" que integra a Rede Nacional de Judiarias, 

a "Torre de Menagem" que é um resquício do antigo castelo, e que creio que no Estado Novo foi algumas vezes um pequeno presidio militar, 

os "Antigos Paços do Concelho" que até vieram a ser temporariamente paiol de munições, 

o "Museu Dr Mário Bento" que guarda coleção arqueológica e etnográfica, 

o "Núcleo Museológico da Bemposta" onde estão expostas "aras" com inscrições romanas e estrelas funerárias, entre outras coisas, 

e o "Museu Paroquial da Aldeia de João Pires", onde estão expostas uma biblioteca, peças arqueológicas respeitantes a um povoamento romano, e um espólio artístico-etnográfico.

Mas Penamacor é, infelizmente (opinião pessoal, naturalmente), um exemplo acabado de um tempo há muito acabado, um exemplo dos muitos que demonstram a inexistência de ordenamento territorial, ausência de industrialização, fuga de população, em suma, um agrupamento populacional a fingir que é uma cidade!

Portugal, com uma cidade (??) de 5000 almas?

E querem falar de Portalegre?

Bom, é melhor não continuar, tão triste e lamentável que tudo isto é.

AC

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