sexta-feira, 6 de setembro de 2024

VIRTUDES  MILITARES

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"Sendo a coragem a primeira das virtudes militares, o que se espera do chefe militar de um país democrático é a assunção plena das suas responsabilidades. Estas, numa situação extrema, poderão tornar indispensável o pedido de DEMISSÃO, acompanhado da pública defesa dos seus pontos de vista. Mas terá que ficar claro que esse gesto equivale ao tombar no campo de batalha e não a uma retirada sem glória".

(30MAR1997, Jornal de Notícias, David Martelo, Coronel, Ref.)

(sublinhados da minha responsabilidade)

António Cabral



Comandante da Zona Marítima do Sul exonerado após lanchas serem vandalizadas
(sublinhados da minha responsabilidade)

No espaço de dois anos, Mário Figueiredo é o segundo comandante da Zona Marítima do Sul que é afastado por situações ligadas a lanchas de narcotráfico.

Mário Figueiredo, Comandante da Zona Marítima do Sul, foi esta quinta-feira exonerado do cargo, confirmou ao CM fonte oficial da Autoridade Marítima.

Em causa, segundo apurou o CM, estará o vandalismo de várias lanchas da Polícia Marítima e Fuzileiros, que tinham sido usadas na semana passada numa operação de combate ao narcotráfico em águas internacionais. Fonte da Autoridade Marítima não confirma a relação da exoneração com o vandalismo das lanchas, adiantando que "se trata de uma medida de gestão da Marinha e Autoridade Marítima".

Sabe o CM que foram cortados os flutuadores das lanchas e que as mesmas se encontram neste momento inoperacionais. Eduardo Luís Pousadas Godinho, Comandante do Porto de Portimão, irá assumir as funções temporariamente.

No espaço de dois anos, é o segundo comandante da Zona Marítima do Sul, depois de Rui Santos Pereira, que é exonerado por situações ligadas a lanchas de narcotráfico
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Li esta notícia online. Nada me espantou.

Sei que determinados assuntos e designadamente os ligados a, segurança, justiça, disciplina, recursos humanos financeiros e materiais, têm uma certa proteção administrativa, uma certa classificação de acordo com as leis e normativos diversos. São protegidos.

Mas também sei que estes aspectos de confidencialidade dão por vezes muito jeito para esconder realidades, para disfarçar a não resolução de problemas, para disfarçar prepotência e arrogância.

Mas também sei que muitas vezes as dificuldades e as carências e a não resolução de problemas estão acima das chefias militares, estão no poder político.

Conheço Faro, conheço onde estão as embarcações civis, onde estão as embarcações militares, conheço a área molhada, o lodo, onde estão as infra-estruturas físicas de Marinha, Autoridade Marítima, Capitania de Faro.

Não é difícil perceber distâncias, não é difícil visualizar (ainda em Agosto andei por Faro e Olhão) câmaras de vigilância.

Mas tenho muitas dúvidas. Muitas.
Distâncias aos cais?
Que pessoal existe para assegurar segurança?
Câmaras de vigilância cobrem tudo? Cobrem quem venha de terra? E quem venha de barco? E quem se arraste pelo lodo?

Claro que é mais fácil correr com subordinados.
Oxalá exista um processo e averiguações. 
Será que houve no anterior caso que levou à primeira exoneração?

E o ministro da defesa nacional, não se incomoda com nada disto, não manda averiguar externamente à Marinha?

Não se questiona que meios materiais e humanos existem, que meios estão atribuídos à Marinha e à Autoridade Marítima para fazer face aos crescentes problemas e riscos na Costa Algarvia, no mar territorial, na parte da ZEE adjacente ao Algarve, ponta de Sagres e Costa Vicentina?
Então sr ministro?

Aguardemos.

António Cabral

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