segunda-feira, 12 de março de 2018

POLÍTICOS  " TUGAS "
É uma frase ostensivamente empregue.
Que eu entendo bem definidora da "gentalha" que dirige o País desde há muitas décadas, e desde muito antes do 25 de Abril.
Mas com o 25 de Abril, para lá das burrices e coisas piores que foram feitas designadamente no desgraçado PREC, era objectivo que se alterasse tudo o que detrás estava mal. E não estava tudo 100% mal. É discussão onde agora não entro, mas estava de facto muita coisa errada, muito errada. Mas não tudo. Por exemplo, DL nº 391/72, 12 Outubro, concessão do direito a pensão de velhice aos trabalhadores por conta de outrem nas actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias, não abrangidos pelas seguranças sociais até aí existentes.
Mas hoje, em que excepcionalmente me sentei em frente do televisor para ver o programa Prós e Contras sobre um tema abrangente, sobre o património edificado, sobre infra-estruturas,  sobre manutenção, além de vários amigos vieram-me à memória todos aqueles, mais velhos, homens da minha profissão, muitos dos quais que em diferentes ocasiões ao longo da vida me demonstraram ter efectiva consideração por mim e me respeitavam, vieram-me à memória os rostos, as ocasiões, e as conversas de anos, os escritos informais, e sobretudo os documentos de trabalho na nossa profissão.
O retrato que me parece possível tirar do que se ouviu esta noite, do que é a transversal realidade Portuguesa, efectiva, é aterrador.
É angustiante trazer à memória o que fui vivendo para trás, o que fui dizendo, e ver as realidades, sempre negadas por certas criaturas. Ainda hoje.
Um saudoso amigo, e que foi depois meu chefe, depois de ter sido meu arguente disse-me nesse importante dia, já no corredor sem ninguém a ouvir - tu tens razão mas não pode ser na envolvente actual.
Eça disse e podia dizer hoje outra vez, logo a seguir ao Prós e Contras - é assim que em Portugal são regidos os destinos políticos - e acrescentaria outra vez sem qualquer margem para dúvida - acaso, compadrio, expediente - e eu acrescento - incompetência, negligência, inação, temor, corrupção.
O presidente da CMMafra receber aquela chamada antes de entrar para o programa é um bom indicador da categoria (???) da autora do telefonema, e é bem revelador da canalha que por aí abunda.

Quanto aos senhores engenheiros, umas breves palavras.
O engenheiro que frontalmente denunciou tudo e mais alguma coisa penso que generalizou em excesso mas, creio, acertou na maioria das coisas. Naturalmente, o bastonário revoltou-se, compreende-se, mas na revolta esqueceu-se do que tinha dito antes  acerca dos ordenados de muitos engenheiros e do que isso poderia propiciar. Cumprindo o seu papel de bastonário precipitou-se na ira, e esqueceu que há bota e perdigota.
Admito que as questões sísmicas não estejam tão descuradas como por um dos intervenientes foi sugerido. Mas.......

Quem conhecer ambiente camarário, e eu conheço bastante, não se espanta.
Quando um projecto simples é entregue cumprindo todos os preceitos, e a resposta ao interessado já vai em mais de um ano sobre o mês máximo estimado para ter a resposta, querem que eu pense o quê? Que perderam os papéis, ou esperam que o interessado vá lá chorar e mais qualquer coisa?
Quando um farsolas que tinha um poder imenso aqui há uns anos, impediu coisas simples no âmbito das aldeias históricas, e mais tarde vê-se ser permitida a pintura de um casarão só por ser de quem era, querem que eu pense o quê?
O retrato que hoje se pode retirar do Prós e Contras acerca da sociedade portuguesa, sim porque os cidadãos têm muita culpa, mas particularmente sobre os sucessivos titulares de órgãos de soberania e as sucessivas elites (???) desde há pelo menos 70 a 80 anos, é terrível. Terrível.

Mas, como sempre, devo ser eu que estou enganado.

Posso tentar perceber que muitos, e concretamente vejo-o a nível familiar alargado (até ao 3º grau), prefiram não falar, não argumentar, não ponderar, não tentar contraditório, e assim não criar atritos. A paz podre.
Mas não será possível conversar sem ofensas, sabendo embora de alguns passados, de defesas deste governo ou de outro, etc, e tentar esclarecer, enriquecer posições, porventura corrigir opiniões, observar outras perspectivas?
Não será mais decente dizer a um Jerónimo para ter mais juízo, e que as mulheres estão em todos os partidos, nos CTT, na EDP, na administração pública, nas forças armadas, ou num lar como a D.Celeste minha vizinha na aldeia na Beira-Baixa?

Enfim. Há que não desistir. Não desisto.

AC

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