sábado, 18 de junho de 2022

INSUPORTÁVEL 
A esmagadora maioria da comunicação social nacional tornou-se em algo insuportável, mete nojo. 
A propósito do OE 2022, lê-se pela "internet", ainda que com ligeiras "nuances" de OCS para OCS, esta ideia - "ah, ele promulgou mas deixou muitos avisos"!
Um marciano aqui aterrado, concluiria por qualquer coisa mas nunca menos do que uma "tragédia", uma "reprimenda violenta" ao governo.
Fui ler no sítio da Presidência.
"Orçamento do Estado para 2022
17 de junho de 2022
O Orçamento do Estado para 2022, recebido para promulgação, padece de limitações evidentes, e, porventura, inevitáveis.
1.º Em vez de entrar em vigor em 1 de Janeiro de 2022, por razões que são conhecidas, só pode ser aplicado a partir de julho deste ano.
2.º Ainda convive com um tempo de pandemia a converter-se em endemia.
3.º Reelaborado e debatido em período de guerra, baseia-se num quadro económico em mudança e de contornos imprevisíveis, como imprevisíveis são o tempo e o modo do fim da guerra e os seus efeitos na inflação, no investimento, e no crescimento, em Portugal como na Europa, ou no resto do mundo.
4.º O Plano de Recuperação e Resiliência só conhecerá aplicação sensível a partir da segunda metade de 2022.
5.º O ajustamento das Sociedades e das Administrações Públicas ao novo tempo — pós-pandemia e pós-guerra — está por definir.
6.º No nosso caso, a modernização administrativa, também ligada às mudanças nas qualificações, no digital e na energia, conhece um compasso de espera.
Exemplo disso mesmo é a descentralização, atrasada no seu processo, e levantando ainda questões de substância, de financiamento e de tempo e modo de concretização.
7.º Em suma, o Orçamento para 2022 acaba por ser um conjunto de intenções num quadro de evolução imprevisível, condenado a fazer uma ponte precária para outro Orçamento – o de 2023 – cuja elaboração já começou e que se espera já possa ser aplicado com mais certezas e menos interrogações sobre o fim da pandemia, o fim da guerra, os custos de uma e de outra na vida das Nações e das pessoas.
Apesar de tudo isto, faz sentido promulgar e aplicar, o mais cedo possível, este Orçamento.
1.º É preferível ter um quadro de referência, mesmo se tentativo e precário, ultimado há um mês, a manter o quadro anterior, ultimado há mais de seis meses.
2.º É preferível não sacrificar por mais tempo, pessoas e famílias que estão, desde janeiro, à espera de mesmo se pequenas, mas para elas importantes, medidas sociais.
3.º É preferível concentrar no Orçamento para 2023 – na sua preparação e debate – as matérias que estão ou possam estar em suspenso – desde a execução do Plano de Recuperação e Resiliência até a outros fundos europeus, à descentralização, à mais clara visão acerca dos custos da pandemia e da guerra e da sua duração.
4.º É preferível não ficar preso ao passado – regressando a uma discussão sobre o Orçamento para 2022, um Orçamento de ponte, para meio ano – atrasando mais um mês a sua aplicação, e olhar para o futuro e, sobre ele, debater abertamente a realidade possível e desejável.
Nestes termos, o Presidente da República promulgou, mal o recebeu da Assembleia da República, o Decreto n.º 4/XV, de 27 de maio de 2022, que aprova a Lei do Orçamento do Estado para o ano de 2022.

Lido, pergunto, é mentira:
> estamos alguns 6 meses atrasados por razões políticas/ eleitorais?
> pandemia, guerra, incerteza, inflação, descentralização atrasada?
> deve avançar-se e corrigir o muito que falta fazer?

Eu estou muito à vontade, repugna-me e enoja-se esta governação, deploro esta súcia de gentalha mentirosa, demagoga, vigarista, e quanto a este Presidente transformou-se num patético palhaço.

Mas onde é que no que Marcelo refere está algo de trágico representando uma valente tareia no actual governo?
Claro, Marcelo podia dizer apenas - promulgo o OE 2022.
Mas, francamente, nem com as notíciazinhas como estas sobre o OE conseguem vender jornais e fazer as pessoas ligar-lhes alguma coisa. Vão dar banho ao cão.

Repito, se há insuspeitos quanto a Costa, PS e Marcelo sou eu.
AC

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