quarta-feira, 21 de setembro de 2022

A  PROPÓSITO  de  EDUCAÇÃO 

Tornou-se comum no meu país um conjunto de declarações gongóricas como a de que hoje temos uma geração excelente (nota-se cada vez mais!!), muito bem preparada, e isto a par por exemplo de mitos diversos e de um reescrever da nossa história (com momentos extraordinários, com outros que lamentavelmente aconteceram), reescrita designadamente pelas penas de sobrinhos de direitolas ortodoxos do passado e do oprimido em casa pelo pai que ameaçava correr outrem ao pontapé.

Para mim sempre foi regra ser educado com todas as pessoas, reconhecer erros e assim o formalizar por escrito e oralmente.

Ser educado não invalida que se tenha coluna vertebral hirta, que se seja assertivo, que se não admita baixeza ou ofensa.

Ser educado implica também actos normais na vida, como agradecer a outrem os votos de boa saúde ou da sua recuperação, de felicidades por ocasiões especiais na vida como felicitações por mais um aniversário ou por reunião de amigos que se não viam há muito.

Ser educado implica ter comportamentos semelhantes com todos independentemente de estratos sociais, de diferenças de idades, de hierarquias, de amizades, de diferenças ideológicas, de carreiras diferentes.

Foi assim que os meus pais me educaram logo muito cedinho particularmente começando perto da idade de ir para a então escola primária.

Foi em CASA que isto aprendi, não foi na escola primária, no liceu ou depois na formação superior. Na formação sedimentei valores que antes me incutiram.

Ser educado como lembra o dicionário é, nomeadamente, ser polido, recto, cortês.

Há por aí uns farsantes que de educação pouco têm, e o pouco que têm gastam-no com os amigalhaços de partido, ou de sacristia, ou de coisas discretas. 

Esquecem que irão um dia para a cova, como eu, como todos. 

Em suma, uns imbecis.

António Cabral (AC)

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