CLARO
Claro que faço bem em ler. Estava até há momentos a ler/ reler Orwell.
Claro que faço bem em ocupar o meu tempo das mais variadas maneiras e claro que faço muito bem em quase não ver televisão.
Parei de ler quando agora me vieram dizer que Portugal/ selecção de futebol foi eliminado de um torneio entre nações.
E, claro que ao recordarem-me que algures no fim de semana passado um desses vários/ muitos aficionados do futebolês terá dito que a Portugal bastava empatar um jogo com a Espanha puxei do teclado para escrever isto.
E parte do "isto" já está, mas falta acrescentar que os tais aficionados se esquecem sempre que mesmo bastando uma coisa qualquer o fundamental é não ser eliminado.
Esqueceram-se pelos vistos que a Espanha podia ganhar.
Lembro-me dos meus 15/16 anos quando o meu avô materno me dizia - meu filho a bola é redonda, e mesmo com o Eusébio as coisas às vezes não saem bem (era Benfiquista).
Embora ligue muito pouco ao futebol, naturalmente que o meu país ter sido eliminado nisto ou outra coisa qualquer não me alegra.
Não gosto de perder nem a feijões.
Mas, se parece verdade que o senhor contratado chorudamente pelo chefão do futebol português é um homem simpático, a realidade não vai lá com simpatias.
É preciso mais qualquer coisa, de substantivo.
Realismo, profissionalismo, eficácia, eficiência, pundonor.
Ganhámos uma vez um campeonato Europeu e o palrador-mor delirou.
E tem distribuído medalhas e honrarias e discursos. Mas...
No caso português, na bola, há mais do que a bola redonda.
Há prosápia a mais.
Há dinheiro a mais.
Há muita coisa esquisita a mais.
E de certeza que não somos os melhores dos melhores.
Que prebendas vai agora o palrador-mor distribuir?
Que comentários fará?
Vou regressar a coisas mais úteis. Claro!
AC
AC
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