domingo, 25 de setembro de 2022

A M I Z A D E
O modo como uma grande amizade começa é misterioso.
Já o descreveu nomeadamente José Tolentino Mendonça.
Este Cardeal e em breve ministro do Vaticano lembrou, também, que aquilo de que uma amizade vive também dá que pensar.
" O modo como uma grande amizade começa é misterioso. Podemos descrevê-lo como um movimento de empatia que se efetiva, um laço de afeição ou de estima que se estreita, mas não sabemos explicar como é que ele se desencadeia. Irrompe em silêncio a amizade. Na maior parte das vezes, quando reconhecemos alguém como amigo, isso quer dizer que já nos ligava um património de amizade, que nos dias anteriores, nos meses anteriores, como escreveu Maurice Blanchot, «éramos amigos e não sabíamos».
Aquilo de que uma amizade vive também dá que pensar. É impressionante constatar como ela acende em nós gratas marcas tão profundas com uma desconcertante simplicidade de meios: um encontro dos olhares (mas que sentimos como uma saudação trocada entre as nossas almas), uma qualidade de escuta, o compartilhar mais breve ou demorado de uma mesa ou de uma conversa, um compromisso comum num projeto, uma qualquer ingénua alegria… A linguagem da amizade é discreta e ténue. E, ao mesmo tempo, é inesquecível e impressiva".  José Tolentino Mendonça

Pela minha parte, amigos civis, grandes amigos, tenho três. Amigos militares, grandes amigos, tenho também três.
As circunstâncias da vida têm ditado que um dos civis tenha há anos desaparecido da convivência, uma vida muito complicada, andará pelo Brasil, algures.
Dos militares, frequente o contacto com dois deles.
Amigos tenho muitos felizmente mas, de facto, as grandes amizades são poucas.
As marcas, o compartilhar, que a distância não esmorece.
AC


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