SERVIÇO NACIONAL de (pouca) SAÚDE((1)
Marta que a malta e a saúde temem queria em tempos um CEO para administrar o SNS. Dizia haver um problema de organização. Mas, e o Ministério da Saúde e os seus diversos e inúmeros organismos, não servem para nada?
Para mim, quando isso surgiu, foi das coisas mais incríveis que ouvi. Será que estaria a pensar chamar outra vez o Ramos?
O SNS é mais uma das áreas da sociedade a puxar pelo direito à indignação tão evocado por Mário Soares.
As notícias sobre fechos de serviços de urgência, serviços de obstetrícia, INEM sem pessoal de saúde para muitas das ambulâncias, enfermeiros que saem de Portugal e vão nomeadamente para o Reino Unido que dizem ser um paraíso para eles (cá querem 35 horas semanais, mas lá, a que se sujeitam, e não confessam com detalhe?), as centenas de enfermeiros e muitos médicos que assinam declarações a não assumir responsabilidades enquanto trabalham, são apenas alguns exemplos do caos crescente na prestação de serviços de saúde aos portugueses. Junte-se atitudes corporativas.
Mas, como já aqui escrevi a propósito de casos concretos com familiares, o caos está no SNS mas crescem igualmente os problemas em algumas unidades de saúde privadas. Comprovadamente!
Na pandemia mesmo com reticências iniciais quer do governo quer de outrem, creio não estar errado se disser que todos deram as mãos. Unidades de saúde privadas, do social, do SNS, Forças Armadas, médicos, enfermeiros, técnicos, bombeiros, auxiliares, etc.
Muito recentemente seguiu para as mãos do comentador do reino legislação que aponta para a criação de uma nova e provavelmente grande estrutura para gerir o SNS e creio que fala em estatutos e carreiras profissionais.
Muito recentemente a Marta que temíamos apresentou a demissão. Costa reagiu como se tivesse sido apanhado de surpresa e anunciou que a política continuaria a mesma e demoraria a nomear novo ministro. Queria que Marta apresentasse as novidades na saúde.
Que eu tenha reparado, Marta não apresentou coisa nenhuma e o sopinhas de massa tripeiro foi empossado sem grande pompa como chefe da saúde na tarde de 10 de Setembro do corrente.
Na cerimónia Marcelo beijou demoradamente Marta!
Vale a pena recordar que o SNS foi criado salvo erro em 1979, e com o propósito mais que justo numa sociedade equilibrada e de combate ás desigualdades de conferir aos cidadãos o direito à proteção na saúde independentemente da sua condição social e económica. Ou seja criado 5 anos depois do 25 de Abril de 1974. Mas, se atentarmos bem na nossa história recente, o resto de 1974 e 1975 e 1976 foram anos de convulsões e início de apaziguamentos e, portanto, nada de substancial se modificou na estrutura da sociedade.
O que se modificou, FELIZMENTE, foi o alcançar a liberdade e ficarmos dotados com uma Constituição moderna, infelizmente na minha opinião excessivamente detalhada e muito ideológica.
Portanto, basicamente, nas minhas contas, o Portugal como sociedade em 24 de Abril 1974 não era estruturalmente muito diferente do de 1976 ou 1977 ou 1978 ou 1979.
Além disso, fazendo contas, quando o SNS foi criado em 1979 deve atentar-se na população então existente, nas faixas etárias, na sua distribuição/ dispersão pelo país designadamente no Continente, o que eram os centros de saúde, que equipamentos existiam nas unidades de saúde, quantos médicos existiam nos diferentes pontos do país, que hospitais existiam, nos médicos João Semana que existiam em muitos lugares, etc. E é fazer as contas, como diz Guterres, ao equipamento de Rx em 1980, verificar quando começaram a aparecer computadores, quando apareceram mais laboratórios etc. etc.
2022 - 1979 = 43
2009 - 1979 = 30
1999 - 1979 = 20
Sobre estas contas e SNS e o sistema de saúde em Portugal fica para novo texto.
AC
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