O COSTUME
NOVAMENTE a AMÊIJOA, a GNR, ou o ELOQUENTE EXEMPLO de ESTADO FALHADO
Há dias a GNR fez mais uma apreensão, apreendeu mais de 600 Kg de amêijoa-japonesa, no concelho de Alcochete. Foi identificado um homem, com 43 anos, que transportava os bivalves.
A notícia referia ter havido uma intercepção de um veículo, e a GNR constatou a inexistência de documento de registo, assim não se sabendo a origem dos bivalves e, portanto, se haviam sido cumpridas "todas as normas legais obrigatórias" havendo a possibilidade de os bichos em causa constituirem um perigo para a saúde pública.
Claro que se seguiu a treta do costume, identificação do condutor do veículo, elaboração de auto de contra-ordenação, e destruição dos bichos. Não refere a notícia quem fez e onde a destruição. Nem o que sucedeu ao homem, se vai ter de prestar declarações mais tarde, apresentar-se, etc.
Há dias a GNR fez mais uma apreensão, apreendeu mais de 600 Kg de amêijoa-japonesa, no concelho de Alcochete. Foi identificado um homem, com 43 anos, que transportava os bivalves.
A notícia referia ter havido uma intercepção de um veículo, e a GNR constatou a inexistência de documento de registo, assim não se sabendo a origem dos bivalves e, portanto, se haviam sido cumpridas "todas as normas legais obrigatórias" havendo a possibilidade de os bichos em causa constituirem um perigo para a saúde pública.
Claro que se seguiu a treta do costume, identificação do condutor do veículo, elaboração de auto de contra-ordenação, e destruição dos bichos. Não refere a notícia quem fez e onde a destruição. Nem o que sucedeu ao homem, se vai ter de prestar declarações mais tarde, apresentar-se, etc.
Muita gente nos concelhos de Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro sabe, HÁ ANOS, HÁ ANOS, a pouca vergonha que se passa quanto a estes excelentes contribuintes para a economia nacional e segurança social.
Muita gente sabe, e vê passar os veículos, e vê com o tempo apareceram novos tipos com ar de mandantes, e desaparecerem outros.
A esmagadora maioria dos dormitórios desta gente que se observa diariamente nas águas do Tejo nas zonas das diversas localidades dos concelhos citados e que bem se observa da ponte Vasco da Gama, é em quintas mais ou menos desertas ou esquecidas, contentores, casebres nos cascos velhos das vilas etc.
Muita gente assiste às vezes à pesagem dos sacos de rede com os bivalves apanhados, nos passeios junto das carrinhas que as transportarão, ás vezes até quase nas barbas de quem devia saltar-lhes logo em cima.
Não há notícia em jornais, nem pequenas reportagens periódicas nas TV que levem as diferentes autoridades a alterar esta situação e a acabar com esta pouca vergonha.
Pouca vergonha porque há,
- porventura máfias por trás disto,
- redes de tráfico humano,
- autarquias que não controlam os alugueres a esta desgraçada gente,
- fraude fiscal,
- atentados à saúde pública,
- provavelmente, correlacionado com isto, as questões de drogas,
e vêem-me dizer que aqui está um exemplo de pujante ajuda à economia? Descontam para a segurança social?
Em bom portugês "o Tanas"
GNR, Polícia Marítima, Capitania do porto de Lisboa, Autoridade Marítima Nacional, Ministérios da Saúde, Administração Interna, Finanças, Defesa Nacional, governos, ninguém olha para isto
seriamente.
Isto não é nem pouco mais ou menos um dos problemas mais sérios que a sociedade portuguesa enfrenta.
Mas é um bom indício de como isto tudo está.
Oxalá eu esteja enganado, e admito até poder estar a ser injusto mas, quando nem isto é resolvido, posso legitimamente concluir que o Estado português está quase sem conserto?
Seja a economia (assente em grande parte no turismo?), as finanças, as Forças Armadas, o ordenamento territorial, as florestas, a agricultura, o problema da água, a descentralização, a corrupção, os sistemas regulatórios, as forças de segurança, o combate às gravíssimas desigualdades sociais, a fiscalidade, os aeroportos, os portos, a industrialização do país, a habitação, as autarquias, o controlo das ZEE, etc., como estamos realmente, de verdade?
Que rigor? Que organização?
Que Estado é este, neste estado?
Aguardemos
AC
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