segunda-feira, 15 de maio de 2017

A ELEIÇÃO  PRESIDENCIAL em FRANÇA
Não percebo nada de sondagens, não tenho preparação adequada para me pronunciar com segurança como vejo fazer por parte de tantos, comentadores, jornalistas, titulares de órgãos de soberania, políticos de 2ª, 3ª ou sem categoria. Idem para resultados de eleições. Mas procuro raciocinar. 
Partilho as minhas interrogações e perplexidades, tentando fazê-lo sempre com algum rigor e prudência. Prudência, que nada tem a ver com medo de errar, ou por divergir do politicamente correcto, ou para me juntar ao clube dos que acertam depois dos jogos.
Penso que as minhas posições são equilibradas, mesmo que fortes e duras por vezes, procuro que o que outros lêem seja entendido e respeitado.
Isto dito, o casal Macron deve ser estudado, no plano político.
Mas se o casal Macron pode ser tema de brincadeiras como a da fotografia, o senhor Macron é que me interessa.
Pelo que se anunciava, nas campanhas, à partida a vitória de Macron deixa o mundo decente mais descansado.
Mas, como há décadas que sei que os bebés não chegam de Paris, tenho reservas sobre ele, não reservas no mau sentido, mais incertezas. 
Porque o mundo está cheio de marionetes que o politicamente correcto tende sempre a esquecer que existem.
De onde vem o dinheiro? Dele, Macron, e do seu movimento, sim porque estas coisas não se constroem por decreto, por desejos românticos, sem máquinas. Diz-se por aí que ele já destruiu o PS francês.
Macron não quer uma França fechada, entrincheirada, recusa o isolacionismo. Faz bem.
Macron tem tarefas pela frente muito complicadas. 
Se vi bem tudo aquilo que consultei, quase 27 milhões de franceses não votaram nas propostas dele. Pelo que vejo por aí qualquer coisa como pouco mais de 50% de eleitores inscritos recusaram votar em Macron; a Sra. "Marine" arrebatou pouco mais de 22%, brancos nulos e abstenções andarão pelos 25%. 
Claro que, como no futebol em que o que conta não é a posse de bola ou o se o sistema de jogo foi fraco, conta é o golo quer tenha sido directo ou porque a bola desviou e enganou o guarda-redes ou foi auto-golo,  na eleição interessa só o total de votos contados nas urnas. E aqui Macron ganhou com elevada diferença, sem qualquer margem para dúvidas.
Mas, para a análise das coisas sociais no plano da realidade convirá raciocinar, independentemente da clara legitimidade política que ele alcançou.
Ou com a vitória de Macron, as porcarias vigentes na UE ficam imediatamente esbatidas, ou a falta de integração de marroquinos, argelinos e etc de há décadas é revertida por milagre, ou o desemprego jovem reduz-se substancialmente até ao próximo Outono?
Ou o que se passa nas cidades e o que acontece com as gentes  fora das cidades dá uma volta de 180º, assim num piscar de olhos?
Será que de facto a maioria dos franceses se manifestou claramente favorável ao discurso de Macron?
Aparentemente a Le Pen está chutada para fora do terreno, mas talvez seja prudente aguardar pelas legislativas.
Macron nomeou para PM um homem oriundo, segundo dizem os OCS, do centro-direita. Vejo por aí prognósticos que, depois de fazer desaparecer o PS francês, Macron se prepara para remeter às malvas e urtigas os republicanos franceses. Refundação de partidos, em França. Aguardemos
Por outro lado, como seria de esperar, Macron clamou que defenderá a França em todos os "fora", Europa em progresso só com França forte, e com a sua "colega" Merkel admite reformular tratados (cá para mim, para remeter cada vez mais países como Portugal a um sóbrio lugar, nada de um país = 1 Voto).
E, claro, como qualquer bom político, reformas, reformas económicas, redução de desemprego. 
Ele e Merkel vão trabalhar muito. 
Afastarão com o seu esforços os populismos, e mais ninguém sairá da UE  (a actriz Catarina não deve achar graça a isto).
A terminar, bem gostaria que fosse afastada a xenofobia em França (e não só), que as liberdades sejam defendidas, e que Macron não ajude a mudar tratados  para mais diminuir países como Portugal; que não se esqueça de estender aos países mais pequenos a fraternidade, a igualdade e a solidariedade.
Estou satisfeito com a eleição de Macron, agora quero ver qual é a situação no final de 2018; dou-lhe um pouco mais de ano e meio.
AC

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