terça-feira, 6 de novembro de 2018

Nota da Presidência da República
Sobre a matéria objeto do programa da RTP “Sexta às 9”, do passado dia 2 de novembro, cumpre esclarecer o seguinte:
1.º O Presidente da República nunca recebeu o Diretor da Polícia Judiciária Militar ou qualquer elemento dessa instituição (quem sou eu para contrariar; mas há uma coisa que sei e é desde sempre: certas pessoas são chamadas informalmente aos palácios ou outras sedes de poder, seja Belém, S.Bento, ou o palácio do governo regional dos Açores, e nada fica registado sobre esse tipo de audiências;  muitas vezes a totalidade dos funcionários nada sabe que se passou isto ou aquilo. Por exemplo, não me admirava que um antecessor de um dos palácios tivesse conversado e por mais de uma vez com insigne personalidade sobre questões como, boa ou má moeda; se isso aconteceu, aposto que não haverá registos disso). O Diretor encontrava-se na visita a Tancos a 4 de julho de 2017, visita essa durante a qual o Presidente percorreu, com as entidades presentes, circunstanciadamente, a área em causa e teve uma reunião com todos os responsáveis. Não teve qualquer reunião bilateral com nenhum deles. (Não é legítimo imaginar que nessa reunião vários teceram considerações, superficiais que tenham sido, podendo o PR ficar com suspeitas interiores sobre muita coisa e muita deficiência, por exemplo, segurança, teorias acerca do tal roubo/ desaparecimento, estado de degradação de instalações, grau de conhecimento dos problemas por parte desta ou daquela individualidade?)
2.º - Nenhum membro da Casa Civil ou da Casa Militar falou ou escreveu ao Presidente da República sobre a operação da descoberta das armas de Tancos, antes de ela ter ocorrido. Nem tão pouco falou ou escreveu sobre a operação, depois de vinda a público (e entre a ocorrência e a vinda da notícia a público?), nomeadamente como sendo ou podendo vir a ser ilegal ou criminosa, incluindo quaisquer memorandos ou referências a reuniões com eles relacionados.
3.º - Não existe na Casa Civil ou na Casa Militar da Presidência da República qualquer documento relativo a operação de recuperação das armas de Tancos, antes ou depois de ter ocorrido, incluindo quaisquer memorandos ou referências a reuniões com eles relacionados (registado, certo?).
4.º - Não existe registo de qualquer estafeta da Presidência da República a entregar ou receber documentação da ou na Polícia Judiciária Militar. (repare-se, no parágrafo 3º não falam em registo algum, neste já falam que não existe registo; não é interessante?)
Palácio de Belém, 5 de novembro de 2018
(sublinhados, bold coloridos e comentários na nota são da minha responsabilidade)
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Salvo o respeito por opinião contrária, o actual inquilino do Palácio de Belém já quase fala diariamente sobre este assunto.
Não é estranho?
A última peça nem é esta nota, dia 5 de NOV aí voltou SExa a comentar, e secamente saiu-lhe  um - nada mais........" Por agora"
A esmagadora maioria dos Portugueses engole facilmente esta nota e acena com a cabeça - "que sim senhor, clarinho como água, não há dúvidas".
Para mim é cada vez mais evidente que Costa e Marcelo se mostram crescentemente incomodados com o assunto.
PORQUÊ?
Tempos atrás escrevi que muito provavelmente se estava perante um complicado e sério caso de possível abalo do regime actual.
Se voltarmos a olhar com atenção para o que se passou na Avenida  da Liberdade neste passado Domingo, mais se reforça em mim a convicção disso mesmo.
Mas sobre esse evento de ontem escreverei mais lá para a frente, mais a frio.
Fica-me a sensação de que vários figurões estão a ficar cada vez mais preocupados, e a rezar aos santinhos todos para que do MP /PJ saia uma coisa airosa que safe toda a gente.
Bem, quase toda a gente, pois como se foi logo verificando, alguma raia miúda............
Ah, soldadinho, não fujas não.......
AC

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