domingo, 8 de março de 2020

TANCOS,   TANCOS,   TANCOS ..........
O magnífico boneco que mais abaixo coloco e que de tempos a tempos ilustra páginas da excelente revista periódica (Os Anais) de um Clube ilustre, o Clube Militar Naval, é porventura capaz de condensar razoavelmente bem o que por aí se foi e vai passando na vida nacional, em todos os sectores.
Aplica-se lindamente ao que chamam caso TANCOS que, de um assalto a paióis (no dizer de um militar o assalto foi à tralha dos paióis), se parece ter transformado num quase abalo do regime.

Quanto ao governo e concretamente ao PM António Costa e aos seus trauliteiros de serviço, parece que não conhecem Horácio, que sempre terá recomendado moderação em tudo, devendo haver na sociedade um limite nas coisas. 
Mas esta gente (como aliás muitos dos seus antecessores) não conhece limites à desfaçatez.
Eu até posso tentar entender estes políticos, pois pessoalmente também ás vezes me excedo um pouco nos impulsos. 
O diabo é que eu, e aqui uma diferença que considero mais que legítima, creio que tenho uma certa atenuante, pois parecem-me  justas as minhas indignações de cidadão e à semelhança de milhões dos meus concidadãos (que infelizmente muito se calam) por exemplo, no plano profissional, como reformado, naquilo com que concretamente me debato no âmbito concreto do SNS, naquilo com que lido no problema de tratar dos muito idosos em fim de vida, naquilo que nomeadamente vejo em certas autarquias, quanto aos indícios de corrupção, etc, enquanto que Costa e os seus apaniguados trauliteiros deviam olhar para os vários casos que lhes enlameiam as calças e, por exemplo também, para o que diziam e vociferavam antes de Outubro 2015. 
E que rapidamente esqueceram. 
Exemplo gritante de despudorada desonestidade intelectual e política e que continuamente alardeiam. Vamos ver como isto vai acabar. O nervosismo já aí está, Catarina Mendes quase a gritar como Cavaco - deixem-me trabalhar.

Na telenovela Tancos, entendo que Costa é bem criticável, foi ele que escolheu a pérola Azeredo Lopes, um homem com currículo muito invejável, muito invejável, muito invejável, muito invejável, designadamente enquanto foi chefão na ERC.



Em síntese, continua a parecer-me que:
> quase todos mentem, e de alto abaixo, e daí o velho respeitinho que atiram à cara de quem decente e legitimamente tem as maiores dúvidas sobre tudo isto,
> muita coisa se terá passado em gabinetes e "casinhas" sem registo formal, mas apostava que aconteceram,
> isto está quase num caso de regime, que se arrasta vergonhosa e penosamente, tal como com o que se passa no lamaçal da justiça, em que responsáveis máximos dizem coisas num mês e o seu contrário dois ou três meses depois,
> dá uma terrível e lamentável imagem do País,
> houve de certeza uma série de peripécias entre o intolerável, o cómico, o trágico, o vergonhoso, o laxismo, a incompetência,

> por parte de muitos, é uma cabal demonstração de falta de quase tudo e sobretudo de, sentido de Estado, noção das responsabilidades, respeito pela lei, ética, rigor, verdade, respeito por competências de cada instituição, e tudo talvez por alguns verem muitos filmes de "cowboys" e policiais,
> terão existido e se calhar se mantêm, suspeitas entre orgãos de soberania, e suspeitas entre instituições do Estado e posso mesmo admitir talvez quase guerras de poder,
> apesar de em tempos um inefável ter declarado Tancos um caso encerrado, está tudo menos encerrado, embora provavelmente muitos, de alto abaixo, rezem todos os dias para que Tancos se esfume, sem doer quase nada menos a uns taratas,
> terá havido muito empenho, terá dado em memorando, que terá sido entregue, que não terá sido entregue, que terá sido falado, que não terá sido falado, que terá sido recebido, que nunca terá sido recebido quanto mais visto, que nunca foi informado superiormente nem ao ouvido,.........,

> terá havido documentos sem data sem assinatura sem carimbos,
> terão existido telefonemas desesperados, pedidos de reunião, encontros fora de horas, pedidos para que diga a,
> houve caricatos murros no estômago,
> certas substituições ditas para atender a motivos pessoais podem ser consideradas coincidências puras, ocasionais, desligadas de tudo o resto, mas eu duvido e creio mesmo é que alguns se fartaram de pantominices seguidas,.....
> as trocas de mensagens entre certas pessoas mostram claramente a pouca vergonha de uns quantos que sempre se assumem acima da lei, 
> nesta telenovela Tancos pode haver também facetas muito nebulosas como alguns defendem, e nomeadamente um que muito respeito, mas não me parece que TANCOS tenha sido apenas, uma farsa, um ataque ao governo geringonça, um golpe para atingir altos dignitários, um ataque à PJM,

> sobre esta hipótese - ataque à PJM - talvez fosse bom meditar retroactivamente para o que foi o EMGFA e o que dele dependia até quase 1993 e mais a cultura então aí vigente, como me conta um grande amigo que conhece alguma coisa do assunto,
> Tancos não deve ser visto apenas na perspectiva - "à política o que é da política, à justiça o que é da justiça", como escamoteia o PM, que gasta o tempo com retóricas que para alguns são habilidosas, e que com outros procura sempre aumentar o temor reverencial,
> Tancos não deve ser perspectivado em julgamentos morais ou de carácter, ou em termos de tolo jogo político-partidário, porque as coisas devem ser analisadas, ponderadas juridicamente, provadas ou não, julgadas, mesmo que se tema que pode vir a provar-se ser de uma gravidade telúrica e atingindo altas esferas.

O que aconteceu em Tancos não pode resumir-se a ver quem ganha ou perde com este desgraçado episódio porque, no imediato, quem perdeu foi o País e a democracia, e perdeu designadamente a nobre instituição militar que, ao que parece por irresponsabilidade de alguns militares e civis desde "importantes" a "comuns", sofreu dano relevante.

Nunca é demais recordar que a instituição militar é um pilar inultrapassável, decisivo e fundamental do País, umbilicalmemte ligada à nossa soberania. 
E, há décadas, sempre tão mal servida no que à tutela respeita.
António Cabral (AC)

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