quinta-feira, 3 de março de 2022

F U T E B O L

Alguns chamam-lhe o desporto rei. Não o é para mim. Chamam-lhe uma indústria.......será! Dizem dele muita coisa, por cá e lá fora.

Recentemente dei com uma pequena brochura panfletária com o título - 5ª Edição do Anuário do Futebol Profissional Português.
Deste "Anuário" os meus olhos fixaram-se mais em certos aspectos e neles fiquei a pensar, aspectos para os quais gostava de ter mais informação, informação clara, transparente 100%. Só para perceber.

É que nestas coisas do futebol tenho sempre na cabeça por exemplo, o nome Havelange, ser na Suíça que está a sede da cabeça mundial do futebol, as tramóias da FIFA e da UEFA quanto a organização de campeonatos, as vergonhas descobertas sobre vários sacripantas no topo das organizações do futebol mundial e nacional, durante décadas o BES financiou certos clubes (fora o que não se sabe publicamente), as centenas de milhões de Euros de dívidas de vários farsolas à banca nacional (será só?), as fugas ao fisco por cá e lá por fora, as jantaradas oferecidas em certos estádios antes de certos jogos, as borlas em bilhetes e viagens a chamados dignitários na maior parte uns reles farsolas, as prováveis ligações menos claras a muitas autarquias, os imobiliários, etc.

No dito anuário estão coisas curiosas, para mim naturalmente. Fala-se em alavancar a actual fase de maturidade do sector, nomeadamente através da industrialização (??) e internacionalização do futebol profissional português. Refere o anuário o impacto directo do futebol profissional nas vertentes económica, cultural e social. E salienta o impacto directo do futebol na geração de riqueza (??), no emprego, e nas contribuições fiscais. 

Acho imensa piada a referência a esta parte da fiscalidade, porque me lembro o que anda no ar há anos sobre compras e vendas de jogadores, sobre empresários desta "indústria", sobre SAD's, sobre trapalhadas várias desta........dita "indústria".

Há até quem escreva que é uma "indústria" líder! Ah, e que o PIB nacional foi tremendamente reforçado com o volume de negócios de centenas de milhões de Euros. Fala-se em capacidade de reinventar. E salienta-se que o futebol tem a capacidade de inspirar e unir comunidades. Unir comunidades!

Esta parte, a da união de comunidades, é para mim muito curiosa, das mais curiosas. É certamente pela união que, há cada vez mais agentes de polícia à volta dos estádios durante os jogos de futebol profissional, cada vez há mais contingentes policiais a "configurar" as tais caixas para adeptos que visitam estádios de equipas adversárias, que nos estádios há separação forçada entre adeptos de equipas adversárias, que há constantes apedrejamentos de autocarros de vários clubes etc.

Mas há mais coisas a que acho piada. Na parte em que no "Anuário" se referem os impostos aparecem indicações a jogadores, treinadores, funcionários e..........outros não especificados. Mas na parte referida a postos de trabalho já só aparecem, jogadores, treinadores e funcionários. Pois!

Mais coisas curiosas constantes do dito "Anuário".

- a Liga Portugal tem desafiado os seus associados no processo de normalização e rigor do reporte financeiro. Haverá melhor prova que esta para se pensar no que deve ser a vergonhosa realidade, de que muito se fala, mas os poderes ocultos tudo conseguem esconder?

- Tem-se assistido a um gradual agravamento da tributação aplicável às sociedades desportivas. Se calhar ainda longe do que devia ser.

- Na época 2020/2021 registaram-se 2335 incidentes no desporto, tendo o futebol sido responsável por 88%.....União de comunidades, certo?

Pelo que parece, sobraram 6,2 milhões de Euros para distribuir pelas sociedades desportivas. Certamente falha minha, mas não encontrei em lado nenhum a listagem completa e detalhada de "quem e quanto receberam". Deverá ser interessante.

AC

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