A complacência - por definição é, condescendência, benevolência, mesmo uma apreciação lisonjeira, e complacente aquele que desse modo procede chegando a ser obsequioso. Obsequioso para alguém, para, um regime, um bandido, uma ditadura, um bombista, um banqueiro.
Um antigo incendiário lamenta hoje ter sido complacente.
Não é ridículo, é vergonhoso, é deplorável, é de um descaramento enorme. Estadistas da trampa!
Mas a vida está cheia deste tipo de pessoas, políticos, governantes, chefes em trajes os mais variados, sempre complacentes com a situação que lhes convém, que mais não seja para andarem de um lado para outro, de andarem pelo mundo, a passear, à conta dos contribuintes, sempre com grandes justificações, mas nada tratando de concreto para a melhoria da vida dos seus concidadãos.
A complacência vem sempre acompanhada de, uma descarada ausência de vergonha na cara, uma enorme submissão a outrem, uma desconsideração brutal para quem aconselha prudência, rigor, honestidade intelectual na abordagem e tratamento dos assuntos.
Depois, como se vai verificando no presente, há a tendência para se dizer que se subestimou A ou B, para se desculparem. Entretanto trataram da sua vidinha, estão no bem bom, e os concidadãos que se lixem. E há sempre uns idiotas úteis que os idolatram, com salamaleques e entrevistas. Complacentes, serventuários e idiotas úteis, todos sempre a servir-se, e não a servir a sociedade.
A este propósito lembro sempre isto: "O meu erro não foi ter subestimado Hitler. O meu erro foi ter sobrestimado os alemães".
(Klaus Mann)
António Cabral (AC)
Sem comentários:
Enviar um comentário