Guerra, Comentário, Análise, Dignidade
Como em tudo na vida, em todas as áreas das sociedades, em todos os relacionamentos entre seres humanos, há atitudes e posturas diversas, nomeadamente com dignidade ou sem ela, com rigor ou sem ele, com coerência ou sem ela.
Na vida, colocamo-nos sempre a jeito isto é, ao termos opinião, ao partilhá-la, submetemo-nos a contraditório.
Haverá quem ouça/ leia e pondere sem preconceitos, de pé atrás, concorde ou discorde com normalidade democrática. E há comportamentos contrários, de parcialidade.
Em democracia é sagrado, ouvir as opiniões de outrem, pode-se concordar ou discordar, pode-se argumentar, mas deve sempre respeitar-se as opiniões de cada um. Combatam-se as discordâncias com argumentação decente e rigorosa.
Se numa dada opinião, se numa dada análise, se num determinado comentário se colocarem inexatidões evidentes, se deturparem factos confirmados, se se deturpar grosseiramente a história, etc., naturalmente que elas poderão ser rebatidas com dureza.
Usando o coloquial, quem der o flanco sujeita-se, evidentemente.
Vem isto a propósito dos infelizes tempos que vivemos, complexos, de enorme incerteza, trazendo com essa incerteza muita ansiedade, angústia, medo ou mesmo pior. Vivemos tempos trágicos e, creio, infelizmente o pior está para vir. Oxalá estivesse enganado.
Todas as pessoas tentam ser felizes. Portugueses, Russos, Americanos, Alemães, Ucranianos, etc.
Vem isto a propósito da inaceitável e ilegítima agressão da Rússia à Ucrânia.
Vem isto a propósito de que me parece haver muitos a perder lucidez, a deixar-se dominar pelas emoções e comoções, a perder a imparcialidade, sobrepondo as suas inclinações pessoais à análise rigorosa. Constacto isto de todas as "bancadas".
Vem isto a propósito dos ataques que me parecem excessivos a que alguns são submetidos apenas por terem a veleidade de exprimir a sua opinião, apenas por terem a veleidade de comentar esta execrável e ilegítima guerra com base em duas coisas, nas seus conhecimentos e ferramentas/ doutrinas que aprenderam na profissão e têm a obrigação de conhecer com profundidade e utilizar com rigor, e na sua experiência profissional por esse mundo fora.
Vem isto também a propósito dos comentários de alguns militares/ oficiais sobre esta inaceitável guerra, sendo que alguns foram causticamente injuriados por alguns jornalistas.
Não considero as opiniões desses jornalistas mais válidas que quaisquer comentadores sejam eles civis ou militares, e vice-versa.
Todas respeito, leio todas as nacionais e internacionais de que me apercebo nas minhas pesquisas rotineiras e nos meus estudos, e sobre todas tenho concordâncias e discordâncias.
Todos têm as suas visões, com elas se concordando ou discordando. Tenho as minhas, sobre esta execrável e ilegítima guerra, sobre o meu país, sobre os problemas em sociedade, sobre o futuro.
Tenho partilhado várias. Neste texto fica mais uma.
Uso sempre os mesmos critérios de apreciação, procuro ser imparcial, ser prudente, sou assertivo. Penso pela minha cabeça.
Dispenso dualidades e percebo bem onde alguns querem chegar. Felizmente, continuo a ter muito boa memória.
Respeito todas as visões e opiniões, mas não aceito que façam de mim tolo.
Uma coisa é errar, outra completamente diferente é enganar os outros com falsidades e ausência de isenção, de imparcialidade.
Em tudo procuro sempre perceber "a quem aproveita".
Como outros, tento não errar, mas não receio o erro, pois estou sempre pronto a reconhece-lo, e a corrigi-lo.
AC
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