Um dos "jornalistas especialistas" destas coisas apresenta no Expresso um artigo - "Portugal mínimo em exercício máximo".
Cada vez acho mais piada a estas coisas, desde estes "especialistas" aos que afirmam sermos os melhores dos melhores, aos que na sombra se riem dos que assim falam, aos que queriam/ querem projectar tudo e mais alguma coisa.
Quanto mais estudo e leio não só percebo quanto tenho ainda que andar como mais acho graça a tudo o que se vai passando. E questiono-me, quantos portugueses e nomeadamente desde os que estão neste momento com a formação académica terminada e à procura de emprego até aos reformados, quantos portugueses se interessam pelo que se está a passar no respeitante a quantos militares vão ou não a exercícios da OTAN?
Quantos estão dispostos a ficar com as reformas ainda mais magras um destes dias para se poder periodicamente projectar todas as fragatas para fora do Tejo, todos os F-16 para patrulhas nos Estados Bálticos ou Finlândia e todo o pessoal de Tancos, Lamego e Santa Margarida para a Polónia, Roménia e Alemanha? Quantos portugueses?
Diz o especialista que Portugal enviou 18 militares e nada de meios aéreos ou navais para um grande exercício montado pela OTAN a propósito da ilegítima agressão militar da Rússia à Ucrânia. Adianta ainda a conveniente justificação burocrática para tal empenhamento. Ah, e foi ouvir os zangados do costume.
Nestas coisas há muitos parâmetros a considerar e, para além de eu quase nada saber destes assuntos mas apoiando-me em alguns conhecimentos do meu melhor amigo militar, reformado da Marinha de Guerra, vou alinhavar qualquer coisa "poucochinha".
Eu escrevi Marinha de Guerra?, perdão, é só Marinha, porque as guerras passaram e há muitos anos pouco depois do 25 de Abril passou a ser apenas Marinha. Os espíritos ficaram assim mais apaziguados e nada de lhes falar, também, em poder naval, e poder marítimo.
O especialista adianta também que 174 militares ainda por cá continuam, teoricamente irão para a Roménia nas próximas semanas até porque não pertencem a uma tal de VJTF.
Eu, como sou mauzinho digo que por cá Costa e Cravinho andam a rezar aos anjinhos para o PUTIN parar com a agressão militar e assim evitar que os rapazes tenham mesmo de partir para a Roménia. Sempre se poupavam umas massas.
O especialista diz que a realidade mudou. Sim, é verdade, mudou e muito e ainda não sabemos o que nos espera no curto e médio prazo.
Mas não mudaram, NADA, Cravinho, Costa, os inquilinos em Belém e São Bento, e não mudou a mentalidade de muita gente.
Refere o especialista que Cravinho perorou qualquer coisa tipo - a Defesa terá de ser “devidamente contemplada” nos próximos Orçamentos, a realidade estratégica mudou. Não consegui deixar de sorrir!
As chamadas "operações de apoio à paz" têm várias modalidades de acção a saber,
> prevenção de conflitos,
> manutenção de paz,
> restabelecimento de paz,
> imposição de paz,
> consolidação de paz,
> ajuda humanitária.
Por óbvias razões de espaço (o texto já vai muito longo) e para não maçar ainda mais quem me lê, não vou estender-me nas definições destas modalidades nem abordar aspectos diversos mas lembrar que em tudo isto existe obviamente um antes, um durante e um depois de hostilidades. Dizer ainda que tudo decorre do que de vez em quando é aflorado na comunicação social e que em baixo relembro com alguns exemplos.
Naturalmente que as restrições orçamentais sempre foram uma condicionante tremenda no que à nossa participação em exercícios no exterior ou em operações de apoio à paz respeita.
E mais, vão sê-lo ainda mais daqui em diante, condicionante que advirá das nossas condições sócio-económicas, do fraco desenvolvimento do nosso país, e da asfixia da dívida.
É a minha convicção mas, como sempre, admito estar enganado.
Como cidadão não tenho a menor dúvida que no Exército há capacidades semelhantes às de forças aliadas, idem no que respeita à Marinha e à Força Aérea. Mas há quem teime em não perceber o que devem ser as prioridades nacionais por força do estado em que se encontra a sociedade portuguesa, e da geografia. Há quem não perceba que quem dá o que tem a mais não deve sr obrigado.
A título de exemplo recordo algumas participações das muitas desde 1958 ao presente:
Como cidadão não tenho a menor dúvida que no Exército há capacidades semelhantes às de forças aliadas, idem no que respeita à Marinha e à Força Aérea. Mas há quem teime em não perceber o que devem ser as prioridades nacionais por força do estado em que se encontra a sociedade portuguesa, e da geografia. Há quem não perceba que quem dá o que tem a mais não deve sr obrigado.
A título de exemplo recordo algumas participações das muitas desde 1958 ao presente:
> Líbano, UNOGIL, 1958, 6 militares observadores
> Moçambique, COMIVE, 1990/ 1992, 2 diplomatas, 2 militares
> Bloqueio do Adriático, várias operações, 1992/ 1995, ao longo do tempo, 1 fragata, 1 avião P3 Orion
> Bósnia-Herzegovina, 1992/ 1995, 5 a 12 observadores militares, uma equipa de saúde, 30 a 35 observadores da PSP
> Macedónia, 1995/ 1996, 1 observador militar
> Mostar, 1994/ 1996, 10 elementos PSP
> Bósnia-Herzegovina, SFOR, 1997/ 2000, 350 militares + 12 no quartel-general da SFOR
> Timor Leste, 1999/ 2000, 1 batalhão do Exército, 1 companhia de fuzileiros, 4 helicópteros e pessoal agregado, 1 destacamento de operações especiais, 1 companhia da GNR, 45 agentes da PSP, inspectores do SEF
> Moçambique, 2000, avião C-130, 1 destacamento de fuzileiros
> etc.
António Cabral (AC)
António Cabral (AC)
Ps: No artigo em causa há ainda um aspecto curioso e que é eloquente do que é o governo socialista, do que é este inarrável Cravinho. Refiro-me ao detalhe de que a partir de 2016 nunca mais houve transparência na prestação anual de contas. Refiro-se ao chamado Anuário Estatístico da Defesa Nacional. Curioso não é?
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