Os AMIGOS
Já se sabe há muito, cada cabeça sua sentença. E cada sentença deve ser respeitada, depois de ponderada, concorda-se ou discorda-se.
Vem isto a propósito da vida e dos amigos.
Décadas de vida passadas verifico que muitas pessoas referem ter imensos amigos.
Conheço pessoalmente centenas de pessoas.
Dessas centenas, a muitas pessoas devoto consideração, respeito, e até amizade. E de muitas dessas recebo clara retribuição.
Destas pessoas, com algumas estão crescendo a consideração e a amizade.
Estou a dizer isto porque até ao presente na família me ouvem dizer sempre que amigos a 100% tenho 4 civis e 4 ou 5 militares e, curiosamente, todos da Marinha de Guerra (designação antiga), hoje Marinha, porque não há guerra, eh.... eh.... eh.
E lembrei-me de falar disto, dos amigos, porque soube por portas travessas que, infelizmente (ou felizmente porque julgo que há anos sofria imenso) faleceu um desses amigos civis.
O Luís era um homem com virtudes e defeitos como todos nós. Para alguns terá sido o causador único da destruição familiar, e do afastamento, como se não houvesse culpas repartidas quando tal ocorre.
O Luís fugiu, há anos. Periodicamente falávamos, fui ter com ele à terra natal. A pouco e pouco foi-se afastando, fugiu mesmo para o estrangeiro. De repente nunca mais foi possível o telefone, o mail. O Luís desapareceu.
Homem muitíssimo culto, ansioso pela melhoria do país, orgulhoso das suas origens, orgulhoso da sua terra natal, colheu bons frutos da vida profissional e da vida política, mas sofreu também reveses vários em função da vida política, e muito o magoou um conjunto de safadezas de conterrâneos.
E muito o magoou o desprezo a que foi votado pelos familiares que, apesar do desfazer da família, tinham a obrigação de sangue de não o ter desprezado. Triste e lamentável.
Descansa em paz Luís.
António Cabral
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