sábado, 15 de junho de 2024

FAZER AS COISAS BEM, OU FAZÊ-LAS MAL

Não é só de agora mas é, infelizmente, uma prática de há muito da parte das diferentes forças políticas (opinião pessoal naturalmente, discutível, mas a respeitar), mas a política nacional destes últimos tempos tem sido ainda mais pródiga na desfaçatez, na pouca vergonha, na incompetência, nos momentos basbaques, nas incoerências, na ausência de sentido de Estado, na ausência de noção das responsabilidades, na ausência de honestidade intelectual (para já não referir a material).

António Barreto aponta eloquentemente vários exemplos nos seus últimos textos.

Exemplos constantes, trágicos, de como tratam a coisa pública aos pontapés.

E assim me recordam uns "ditos":

- nunca atribuir a conspiração ou manigância o que verdadeiramente resulta de incompetência

- um conciliador é alguém que alimenta um crocodilo na esperança que ele o coma em último lugar

- o que deve preocupar não é o grito dos maus mas o silêncio dos bons

- as crises não caem do céu, têm responsáveis, mas em Portugal a culpa morre solteira

- o óbvio que ninguém quer ver

- o medo é o pior dos conselheiros

- prometem o que não têm, dão o que não é seu, perdoam quem não os ofendeu

- quem teme as tempestades acaba a rastejar

- para ultrapassar uma crise não bastam palavras ocas, é preciso conhecimento, visão estratégica, liderança, equipa forte e honestidade intelectual

- à cotovia que canta sem cessar, o dia inteiro não basta

- afirmar com energia o disparate que quiser, pois acabará por encontrar quem acredite

- a arrogância não é resposta para nada

- falar para os outros em mandarim é a pior das soluções

- não há ventos favoráveis para quem não sabe para onde vai.

E deste somatório e outras coisas se verifica que contentes ficam por, não sabendo fazer as coisas bem, rapidamente aprendem a fazê-las mal.

É como continuamos. 

Ou estou a exagerar, e o que se observa é de Marte?

António Cabral

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