quarta-feira, 5 de junho de 2024

O QUE VEM À CABEÇA NUM QUARTO DE HOSPITAL 
Dependerá de cada um, certamente.

Das primeiras, ainda no recobro, e já mais ou menos desperto da sedação (quer ouvir tudo e aperceber-se de tudo, ou prefere ser sedado? Chiça, pensei - não por favor além da epidural não quero saber de nada) e reparando estar numa sala larga, ao lado de muitas camas também ocupadas, e verificando o andar para cá e para lá de várias criaturas com batas e cabeça tapada e ninguém se abeirando comigo, pensei - ninguém me liga1

Até que a dada altura ao ver passar alguém próximo da minha cama 
- por favor . . . 
- então, diga, sente-se bem?
- minha senhora sabe quando é que me operam?
- (Sorriso) já foi operado, está tudo bem, está no recobro, está quase a ir para o quarto.

No quarto, vieram-me à cabeça muitas coisas, muito passado, recordações diversas e de diferentes áreas da vida.
Recordei vários dos que já partiram e são muitos, familiares directos e até ao 4º grau, amigos, conhecidos, homens da minha formação/ profissão.

Recordei os tempos da guerra, Guiné, 29OUT1971-28JUL1973, o susto de 19 Maio de 1973 (ataque sofrido) em que eu e muitos mais podíamos ter morrido.
ELE não quis que fosse naquele dia.
Tenho esperança de que, com mais ou menos achaque ou dor aqui ou acolá, mais uns anos estarei por cá. 
Aguardemos.
AC

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