Uma história que se conta.
E mais a telenovela mexicana travestida de portuguesa.
A história: Um padre desesperado, por sentir que já não acredita em Deus, dirige-se ao Papa - eu já não acredito em Deus, estou desesperado, que devo fazer?
Resposta do Papa - finge!!
Há muito que não acredito na esmagadora maioria dos políticos nacionais, que tenho a maior das dúvidas sobre a sua integridade, honestidade intelectual, probidade.
Há muito que deixei de fingir que havia alguma esperança do meu País se endireitar com estas cliques políticas, com estas máfias, de e sem avental, de escritórios, e por aí fora.
Mas se tivesse uma réstea de dúvida, de esperança, estes dias a seguir ás eleições de 4 de Outubro mostraram claramente a “categoria” de que são feitos.
E não falo só de António Costa, que confirmou ser o que de pior se podia imaginar. Não foi espanto para mim. Em posts anteriores já escrevi bem claro o que penso desse senhor, que me parece continuar a actuar como se fosse ainda o controleiro de Helena Roseta e de outras inefáveis criaturas na CMLisboa e na Assembleia Municipal de Lisboa. Desde as fotografias nos outdoors em que está mais branco do que eu, ás desobediências do tribunal, á casinha nunca muito bem explicada, e por aí fora, como as discursatas em 2009 sobre estabilidade e o respeitar dos votos de todos e de cada um dos portugueses.
Sobre Paulo Portas, Jerónimo de Sousa, Catarina Martins, não perco tempo.
Quanto a Passos Coelho, também não vale a pena gastar palavras, ainda que me pareça estar a ter uma postura ligeiramente menos má que Costa.
Quanto ao titular do órgão de soberania Presidente da República, uma lamentável desgraça, como já escrevi ao longo dos anos, incluindo a sua qualidade de comandante supremo das forças armadas.
Em síntese, já o afirmei antes, creio completamente errado o PR não ter convocado informalmente todos os partidos no dia 5 de Outubro passado. Ao fim desse dia, deveria então ter encarregado Passos Coelho para encetar diligências para ver se reunia condições que garantissem um futuro governo estável. Porque foi o partido/coligação que mais votos obteve. Simples.
Quanto ao histerismo da maioria de esquerda gritado sobretudo pelos partidos de protesto, nem vale a pena gastar tempo, basta somar PS, PSD, CDS para aquilatar do entendimento dos portugueses que neles votaram.
Outra coisa é as conversações do PS com os partidos de protesto, que na campanha recente e para não fugir à moda, desancaram e insultaram o PS.
Creio uma certa vigarice esta situação actual dirigida e encenada por Costa, pois pode imaginar-se que se tivesse anunciado na campanha uma possibilidade de coligação à esquerda, provavelmente nem os pouco mais de 32% receberia. É um raciocínio que tenho por legítimo. A respeitar.
Mas ele quer ser PM a todo o custo, pois sabe que tem a vidinha em risco. É que desde os 14 são muitos anos habituado a bifinho do lombo. Sendo PM, pode sentar-se e aos seus amigos de e sem avental, á mesa do negócios, a nossa custa.
Como aliás sempre tem sido feito por todos, de todas as cores, até agora.
Portanto, atrevo-me a presumir que na próxima 2ª feira, Passos Coelho estará sózinho com CDS perante o PR, dizendo-lhe que não tem à partida outro apoio parlamentar.
Presumo mais, que António Costa nesse dia, perante o PR, vai garantir oralmente ao PR que PCP e BE lhe prometeram apoiar o PS no parlamento. Alternativa a esta 1ª hipótese, entrega ao PR um documento escrito e assinado pelo PCP e BE, em como esses partidos apoiarão um futuro governo PS.
Esta 2ª hipótese, não acredito nela, pois Jerónimo sobretudo, embora ponha gravata e sorria, não me parece que vá assinar um documento desdizendo toda a cassete de anos.
Face à 1ª hipótese Costista, creio que o PR indigitará Passos Coelho para formar governo minoritário, e fará um discurso sobre isto. Depois logo se verá.
Termino abordando a questão arrogância.
António Costa está quase com a bota de ouro da arrogância, e nem é preciso recordar a sua ordinarice perante um jornalista da RTP1.
Paulo Portas e os dos partidos de protesto não param de também demonstrar essa característica, com mais ou menos berro, com mais ou menos tentativa de ar de grande estadista.
Passos Coelho, tem-me parecido publicamente pouco arrogante, mas nada me admira que o tom seja diferente dentro de portas, face ao PS, por exemplo.
Mas o que acho curioso, é ver certo personagem a criticar a arrogância dos outros. Personagem que conheci, e de que não esqueço a postura e o discurso.
Siga para bingo, como dizia o outro. E o silêncio de Mário Soares continua. Porque será?
AC
AC
PS: falando de arrogância, vieram mostrar-me um artigo de Batista Bastos, no Correio da Manhã, artigo que bem identifica e qualifica o seu autor.
Sem comentários:
Enviar um comentário