sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Tristes realidades do meu desgraçado País.  Distrito de Portalegre.
Tristes realidades do meu desgraçado País, existem muitas.
A minha avó materna era de Portalegre. Faleceu há anos. A minha mãe completou 90. Vem isto a propósito não da minha família mas de uma conversa que tive com um amigo, de Portalegre, que há tempos não via. Entre outras coisas perguntei-lhe se tem ido a Portalegre. “Sim e não, vou á minha quintinha, na serra, e só saio de lá para regressar a Lisboa. Tu não imaginas como está Portalegre”.
A exclamação final e um certo abrir de olhos sugeria-me que haveria coisas novas desenvolvimento, etc, pois não vou a Portalegre talvez há 10 anos.
Mas não. O oposto.
De acordo com o que ele me disse, o casco velho da cidade, a zona mais histórica, está quase deserta de pessoas. Casas e casas sem habitantes. 
Portalegre terá, diz-me, cerca de 18000 pessoas, e o respectivo concelho poderá rondar os 26000. Dá para pensar.
Em Portalegre passei várias férias de Verão da minha meninice e juventude, em casa de primos da minha mãe. Tenho gratas recordações desses tempos. Portalegre era alegre e viva. E fábricas várias.
Claro que as coisas não acontecem por acaso.
Primeiro, para citar um caso concreto, real, um primo da minha mãe agora com 80 anos, médico, estudou no liceu em Portalegre, mas só até ao então 5º ano, equivalente ao actual 9º ano. O resto do equivalente ao actual ensino secundário, foi acabá-lo em Castelo Branco, antes de rumar a Coimbra onde se licenciou em medicina.
Segundo, que conversões de fábricas foram feitas nas de Portalegre? Uma conversão sei que fizeram, foram fechadas, todas. Cortiça (o rei (??) da cortiça terá tido mãozinha nisso, como em outros locais), leite, etc.
Que políticas para restabelecer a saúde do interior do País? O que se tem visto, desde os PM Vasco Gonçalves, Mário Soares, Cavaco Silva, e por aí fora?
Resultado? Está bem à vista. Em Portalegre só?
NÃO. Vão por exemplo ao concelho de Idanha-a-Nova. Partam da A1, pela A23, e de vez em quando saiam da auto-estrada, e quer para um ou o outro lado da A23, afastem-se até 40Km, visitem de passagem certas localidades.
Gastem uns 3 ou 4 dias de férias, para esta experiência, e vão encontrar as tristes realidades do nosso desgraçado País. Eu já o fiz. E na A 25 idem. E não maço mais com as minhas experiências.
As estatísticas e as realidades faladas pela malamdragem em Lisboa, no Porto ou em Coimbra, estão muito longe do que se vê nos locais.
AC 

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