terça-feira, 8 de março de 2016

9 DE MARÇO. O MEU FILHO MAIS NOVO TEM O SEU 37º ANIVERSÁRIO
Lamentavelmente, a Presidência da República não pediu para a posse se poder realizar neste dia. 
excepcionalmente, estão perdoados todos os prevaricadores.
Indo ao que interessa, o texto em baixo estava escrito e arquivado em rascunho, e tencionava publicá-lo no início da segunda semana de campanha para as eleições de 24 de Janeiro passado. Por razões inesperadas chegou o dia 24 e este post continuou em rascunho. Nesta Quarta-Feira o presidente eleito passa a Presidente. 
Publico hoje o texto. Nele abordo aspectos que me preocupavam/ preocupam, e que esperava ver de alguma forma falados e debatidos, por alguns dos candidatos. O texto está como estava no rascunho; acrescentei a cores alguns comentários e desejos, sendo agora Marcelo o PR e Comandante Supremo das Forças Armadas.

AC

Mas quem gostaria eu para presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas?

- Uma pessoa de 65 anos ou menos. Homem ou mulher. Creio que tem mais um ou dois, mas está na bitola.
- Que tivesse estatura moral, ética, de carácter, e qualidade intelectual. Que não fosse utópico. Penso que preenche estes requisitos. Vamos aguardar para ver como modera o seu frenesim.
- Que na campanha confirmasse cingir-se aos seus poderes constitucionais enquanto presidente, e mostrasse vir a empenhar-se como garante da nossa ordem constitucional (apesar de eu discordar de muitos dos actuais preceitos). Do que acompanhei da campanha, na minha opinião, naturalmente, este desejo confirmou-se. Aliás quase todos os candidatos abordaram os poderes e a CRP.
- Que na campanha enunciasse uma visão para o País, em concreto, sem frases ditas para cair bem nem retórica tola. Percebo porque o não terá feito explicitamente. Mas a questão da visão para o País, é um gravíssimo problema, nosso; para lá da decisão de integrarmos a Europa, não temos estratégia de Estado definida; não temos, também, fora da luta política uma série de sectores da vida em sociedade. Não temos uma causa comum. Temos outra vez o bramar das nacionalizações, do tenho direito a "isto e aquilo" (e temos direito a direitos) sem o acompanharmos de uma postura colectiva responsável. Esquecemos que os objectivos dos outros Estados não coincidem com os nossos.
- Que não tivesse passado a vida a receber favores, como por exemplo, trocas esquisitas de terrenos, ou compra de acções não cotadas, ou negociatas arranjadas através dos contactos internacionais depois de estar anos no estrangeiro em representação do País, ou interceder para si ou para outrem abusando da sua condição social ou política. Penso que neste aspecto está limpo.
- Que se comportasse na vida privada como apregoa na vida pública, seja nos gastos, seja nas heranças familiares. Arrisco dizer que deve andar lá perto.
- Que não concedesse audiências privadas/ escondidas a certas sumidades, para depois vir publicamente defender o contrário do que em privado entendera e com o que concordara. Aqui vamos ter que aguardar; só avalio pelas acções e inações e não pelos discursos e grandes tiradas.
- Que não se perturbasse com sondagens, que não se atrapalhasse com a opinião publicada bramando por sentido democrático e outras loas para enganar distraídos. Julgo que preenche este requisito.
- Que não pautasse a sua conduta por sondagens periodicamente publicadas, sobre pessoas e partidos. Creio que o não fez.
- Que não escrevesse disparates ou dissesse outros tantos como o actual PR, e como os seus antecessores em parte também fizeram. Aqui também há que aguardar. Mas penso que vai ser diferente.
- Que não levasse a sério os que defendem lisura de procedimentos se ela não tiver conhecida correspondência na realidade. Espero que assim proceda.
- Que não se impressionasse com cabelos brancos, com senadores, com bajuladores. Também penso que assim procede.
- Que no seu mandato viajasse muito pelo País, mostrando o que de bom e bem se vai conseguindo e fazendo, mas visitando aldeias despovoadas, cidades do interior em dificuldades, etc; mostrando as dificuldades do interior, um estilo à Mario Soares neste aspecto, sem as ordinarices dele. Espero que o faça. E viaje sem grandes comitivas, sobretudo lá para fora.
- Que na campanha eleitoral falasse sem demagogia e sem ataques pessoais. Ataques pessoais não fez, creio. Demagogia, julgo que não caiu na tentação.
- Que na campanha dissesse que na sociedade todos devem ser iguais perante a lei, sem nenhuma excepção. Do que acompanhei, não houve de nenhum candidato esta explicitação clara.
- Que na campanha nos desse a sua perspectiva, numa visão/ postura de preocupação e não de governação, acerca, da justiça, da corrupção, do sistema financeiro e fiscal e da fraude fiscal, da vergonhosa mistura das negociatas com a política, da necessidade de finanças públicas saudáveis explicando as consequências da situação contrária, da organização económica do País e do estado da economia e do desenvolvimento e do peso do estado na economia, da lei eleitoral e do número de deputados na AR, do problema da abstenção e do desencantamento dos portugueses pela vida pública e pelos políticos, da família, do poder autárquico, do despovoamento da maioria do território Continental, do SNS, da defesa nacional que tem muitas componentes para lá da militar, do mar, das forças armadas, do sistema de educação, da eventual revisão constitucional designadamente quanto à duração do mandato presidencial, que vincasse a necessidade dos partidos mas também apontasse as falhas do presente nomeadamente o facto de serem cada vez mais um viveiro de muitos oportunistas e muitos incompetentes, a segurança social. Aqui está um chorrilho extenso, de propósito, detalhando o que penso seja a preocupação de muitos dos meus concidadãos. Marcelo falou bastante em pacificar a sociedade portuguesa, em tirar a crispação. Lutará para melhorar tudo isto atrás referido?
- Que como Comandante Supremo das Forças Armadas não se coíba de falar mais frequentemente com os chefes militares; que não se coíba de rejeitar legislação afectando a instituição militar só porque vem do executivo; que em assuntos militares não se cinja a ouvir e confiar cegamente na Casa Militar; isso aconteceu basicamente até hoje com os tristes resultados conhecidos. Saliento que o novo chefe da Casa Militar é um bom cidadão e militar; desconheço a razão essencial da sua escolha, mas finalmente foi quebrada a norma de décadas - sempre do Exército!!
Não existem salvadores messiânicos, Não há homens e mulheres perfeitos. Marcelo não é perfeito.
Mas continuo a acreditar que isto podia mudar muito. Há certamente quem o possa fazer. Creio que tem características para dar vida a Belém, sem pisar a governação, o executivo, mas espero que não engula conversinhas patetas.
AC

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