Europa. O mundo de hoje. Como genericamente sinto isto tudo.
1. Alexandre, Genghis Khan, D.João II, Bismarck, Napoleão, Ataturk, Hitler, Roosevelt, e por aí fora, desde séculos que vários líderes tiveram as suas visões para os seus países, as suas perspectivas de desenvolvimento e de dominação dos outros.
Hitler está bem qualificado, assim como toda a tralha civil e militar que em 12 anos o seguiu apoiou e aplaudiu. Um dos piores criminosos da história da humanidade. Olhando ao que fez, percebe-se o que pretendia. O que quero dizer é que definiu uma estratégia. Criminosa, é certo, mas um sentido, um rumo, militar e de desenvolvimento económico, de dominação indiscutivelmente insuportável, inaceitável, condenável sem apelo nem agravo. Por exemplo, em relação à obtenção de matérias primas.
Os campos de concentração terão tido, também, em certa medida, creio não estar enganado, alguma relação com certa criminosa indústria. Adiante.
Portanto, estratégia; o miserável e repugnante patife tinha nos seus círculos de apoio à decisão quem soubesse de estratégia, geo-estratégia, geo-política.
2. Nos tempos modernos e nos mais contemporâneos, ela começou nos meios militares. A estratégia foi "ciência" que ocupou o seu lugar no mundo, desenvolveu-se e, hoje em dia, mais e mais o mundo civil a interiorizou.
Bom, não os tolos que por cá conhecemos, nem os donos disto tudo, nem os "puros" da ética republicana, nem os que se julgam os novos donos, ou os que continuam a agir como se fosse correcto decalcar o século XIX e as primeiras duas décadas do século XX.
3. Com os pontos anteriores, pretendo apenas alguam ligação ao momento presente: nós em Portugal, a Europa, o mundo. Quem pensa em modo estratégia, quem olha aos posicionamentos e interesses dos diferentes estados?
Não certamente em Portugal como se continua a ver.
Existem no País pessoas civis e militares, homens e mulheres, em todos os sectores da sociedade e que têm os pés na terra, têm formação e altíssima qualidade, não acreditam em milagres, e não desconhecem a estratégia, a geo-estratégia, a geo-política.
Mas os politiqueiros caseiros evidenciam todos os dias o desastre que são. Nada de perder tempo com Mário Soares, Sócrates, Marinho Pinto, António Costa, Passos Coelho, Paulo Portas, Louçã, Catarina, Mortágua, Jerónimo, etc (uma lista infindável). Para não falar já em certos pomposos que se trazem a si próprios ás costas de si mesmos, na ânsia de melhor se posicionarem para cargos e benesses sempre à mesa do orçamento.
4. Parece-me uma parvoeira as perspectivas de desenvolvimento mas sobretudo o modo como continuam a ser apontadas, o rumo que se preconiza para o País.
Considerar que o actual governo e o anterior de Passos Coelho e o de Sócrates é que constituem a grande desgraça que aconteceu a Portugal, embora cada um à sua maneira tenham dado uma desastrosa e excelente ajuda, é continuar a acreditar em miragens e, depois, vem aquela fé futebolística - agora é que vai ser!!!. Nem Mário Soares, Cavaco Silva, Sócrates, Barroso, Passos, Santana ou Guterres e agora Costa são os desastres de Portugal. Eles contribuíram/ contribuem e de que maneira, mas o mal vem de há séculos.
5. Basta observar coisas simples.
Ver quando começou a primeira electrificação no País (Cascais, salvo erro, no tempo de D.CarlosI), instalação dos primeiros telefones, a primeira barragem, a TV (1957), a alfabetização, alguma industrialização da agricultura, a modernização da organização administrativa e territorial do País, etc, etc, e comparar com o que sucedeu na Holanda, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Suíça, que são países geograficamente pequenos como o nosso.
6. Uma coisa é olhar aos políticos alemães hoje, na Europa, o que fazem e se propõem fazer. Outra, diferente, quando hoje se fala da Alemanha, é esquecer-se a génese das coisas, como por exemplo ver quando:
> lá começaram as empresas de renome internacional (Krupp, Siemens, BMW, Bosch, Telefunken, VW, Mercedes, etc),
> começou a ligação de laboratórios ás universidades e ás empresas, etc.
> como se processou a alfabetização da população alemã.
> quando e como foi erguido o pilar justiça; e esta é que é, também, questão definidora e decisiva.
Por outras palavras, é ver quando na Alemanha se começou a pensar em desenvolvimento económico, industrialização, etc.
7. E nós? Mudámos de rumo político interno? Não, andamos sempre a mudar de cosméticas. Ora vem a paixão da educação, ou da produtividade, ou da exportação, mas não passamos disto. E os outros lá fora é que são os culpados pelas coisas de mal que nos acontecem.
Querem um exemplo? O MAR, a ECONOMIA do MAR.
Não muito antes de falecer, tive o gosto de assistir a uma pequena conferência do saudoso Professor Hernani Lopes. Um homem com H, com coluna vertebral, mas a que essencialmente só deram ouvidos para endireitar as primeiras bancarrotas. Daí para cá, digo eu naturalmente, muitas conferências, muitos estudos, convites a torto e direito mas, quanto ao que ele muito sabiamente dizia e aos caminhos que recomendava, uma série de senhores ligavam / ligaram ZERO.
8. Em 2004, a Comissão Estratégica dos Oceanos dizia em relatório - ......""uma estratégia nacional para o oceano encontra a sua principal justificação na necessidade de Portugal dever gerir a área marítima sob a sua jurisdição não por intermédio de actuações avulsas ou sectoriais, mas através de uma política predeterminada, abrangente e de longo prazo.........a persistência de um quadro de actuação e de governação do Oceano pautado por intervenções sectoriais, de tipo vertical, não se coaduna com a horizontalidade das ameaças e problemas com que se defrontam hoje os oceanos e os mares.........qual o destino final onde queremos chegar"".
Isto foi há doze anos. Agora é ir ver o que fizeram de CONCRETO para inverter a marcha do "status quo"os governos de Sócrates e Passos Coelho. O actual, para anunciar não sei quantas medidas (quase todas verticais) mandou a ministra falar mas vestida de AZUL!
9. Querem falar dos tempos antes de Sócrates? OK.
A começar no primeiro governo constitucional, e como um só exemplo, recordem o põe e depois tira e põe outra vez o departamento do mar, ora integrado na agricultura ora fora.
Comemorou-se anos atrás o VI centenário do nascimento do Infante D. Henrique e logo se exaltou nessa altura - comemorar o nascimento do Infante significa, no essencial, comemorar a multissecular vocação marítima dos portugueses. POIS.
Na presença do então PR Mário Soares, numa cerimónia na Escola Naval, o comandante daquele estabelecimento de ensino militar recordou no seu discurso palavras anteriores do então Chefe do Estado - "a adesão à Comunidade Europeia, reforçou a importância crucial da vocação marítima portuguesa como factor de independência e de coesão nacionais. Assim, valorizar a dimensão Atlântica de Portugal, com o objectivo de favorecer uma posição autónoma do País no espaço Europeu, constitui tema obrigatório para a reflexão e acção política sobre o nosso futuro colectivo. Ocupar o mar, nos planos científico, geo-estratégico e económico, constitui certamente um dos vectores fundamentais do grande desafio da modernidade com que Portugal está hoje confrontado".
Grandes tiradas. SEMPRE.
Olhe-se aos portos, à nossa marinha mercante (??) aos estaleiros navais (que existiram, que acabaram, que estão a acabar?), à burocracia, à nossa frota de pesca (??), à construção naval nacional, ás administrações portuárias, aos trabalhadores nos portos, à reparação naval, ETC. CONCLUSÃO?
António Cabral (AC)
Se tentaste fazer alguma coisa e falhaste, estás em bem melhor posição que aqueles que nada ou pouco tentam fazer e alterar e são bem sucedidos. O diálogo é a ponte que liga duas margens. Para o mal triunfar basta que a maioria se cale. E nada nem ninguém me fará abandonar o direito ao Pensamento e à Palavra. Nem ideias são delitos nem as opiniões são crimes. Obrigado por me visitar
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