sexta-feira, 27 de maio de 2016

Um Jantar que recordo
Já foi há uns anos. Desde que rebentou o BPN, coincidência ou não, a vida deles complicou-se, estão divorciados, um divórcio litigioso e em que, à mistura, houve coisas ligadas aquele estoiro.
O jantar em casa desses amigos, agora cada um para seu lado, foi agradável e curioso também por causa de alguns temas de conversa. Os donos da casa, com quem nos continuamos a dar,  agora separadamente, tinham relações com figuras, melhor, alguns figurões, que por aí continuam a andar. Daquele tipo dos que iam frequentemente a certo sítio para depois conseguirem comprar coisas noutro sítio, dando como garantia o que não existia ainda de facto quando choramingavam no primeiro sítio. Por vezes, parece, a ordem de ir aos sítios era /foi inversa. Mas, como digo, o jantar foi gastronomicamente bom, infelizmente o ambiente entre o casal notava-se ser já estranho.
Vem isto a propósito do estado a que isto chegou, na banca nacional.
Explodiu o BPN, explodiu o BPP, explodiu o BES, seguiu-se o BANIF, duvida-se do Montepio, duvida-se do BCP, desconfia-se de outros, etc. Mas no etc, parece-me, a mim simples cidadão comum, pouco ou nada se mete a CGD de forma aberta, explosiva, condenatória.
E, curiosamente, se começarmos a somar os montantes que paulatinamente foram sendo lá enterrados, o resultado da adição dá números estratosféricos. Agora o governo tentará injectar 4000 milhões, e não é cêntimos.
Voltando ao jantar, ali se sabia, toda a gente sabe, a pouca vergonha que se passou e passa na banca, há muitos anos. Naquele jantar o João referiu com todo o à vontade, o tio X, e o outro tio Y. Por toda a gente leia-se, Banco de Portugal, políticos todos incluindo as esquerdas, todos os titulares de órgãos de soberania, todos os jornalistas ditos especializados em economia e finanças. Sim, porque isto de integrar torneios de golfe, ir a certas "vernissages", ir a certos jantares e almoços, botar discurso em fóruns e conferências, tem muito que se lhe diga.
Banca pública e privada, com denominador comum, má gestão. Má gestão dizem os entendidos, eu e provavelmente a maioria dos dez milhões de portugueses diremos - pouca vergonha, casos de polícia.
Para onde voaram milhões e milhões? Para os poucos, só para alguns, que são conhecidos há décadas, e que foram sempre os poucos a entrar nos gabinetes a chorar e apresentar "projectos". Dando sempre excelentes garantias. As tais IMPARIDADES.
À vista o resultado. Melhor, ainda não completamente à vista.
AC

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