segunda-feira, 23 de maio de 2016

O COSTUME

Quando não lhes agrada, as decisões dos tribunais são infelizes. É o caso de Vital Moreira.
Para um dos donos do constitucionalismo, um cidadão ter sido candidato presidencial parece que lhe confere uma categoria especial.
Para os especiais, para os da sua cor política, há aqui del Rei se alguém se atrever a ofender direitos de personalidade universais sobretudo porque os políticos não perdem esse direito. Se forem da cor, claro.
Se não forem da cor, então é a democracia a funcionar.
Uns queridos estes pequenos donos disto tudo e guardiões da pureza do regime.
Evidentemente que me quero referir a Manuel Alegre e ao TCOR Brandão Ferreira.
Começando por este último, o seu estilo de prosador não é o meu mas, acrescento, creio que tem muitas vezes razão quanto a várias das suas indignações. É com certeza um cidadão e um militar peculiar, mas nem por isso diminuído nos seus direitos designadamente quanto à liberdade de expressão.
Quanto a Manuel Alegre, se por um lado tem poemas que gosto, por outro, olhando à sua actividade política desde o 25 de Abril, para mim teve dias.
Quanto ao período em Argel, não conheço os detalhes, mas nada me espanta que tenha sido exactamente como acusa Brandão Ferreira.
O que acho mais lamentável em Vital Moreira é, por exemplo, fazer referência ao TEDH de Estrasburgo mas não referir quanto aos antecedentes de decisões do Tribunal da Relação sobre exactamente o mesmo caso. Nada referir, como se todos fossemos estúpidos.
Aprende-se muito com os "Proto".!!!!!!!
Então lê-los ao tempo da Constituinte é um encanto.
Claro que Bruxelas, Estrasburgo, e outras capitais e salões do mundo ajudam a esbater muita coisa, naturalmente.
AC

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