sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

AI EU SOU TÃO IMPARCIAL
Formalmente é a 2ª figura do ESTADO.
Mas creio que tem sido, no plano político e da honestidade intelectual, e parece assim querer continuar, patético, parcial, petulante e grotesco.
Naturalmente, digo eu, o PSD e o CDS mas sobretudo o primeiro, continuam com uma azia tremenda por causa do surgimento da geringonça. 

E aqui, parece-me, o actual titular primeiro do orgão de soberania Assembleia da República tem bastante razão.
Dizer o contrário, roça a desonestidade intelectual.
É compreensível que PSD e CDS estejam irritados com o modo como as coisas estão a acontecer.
Num País decente, e Portugal vem sendo transformado por estes políticos todos numa indecência a todos os níveis (política, fiscal, equidade, desigualdades, corrupção, forças armadas, forças policiais, ambiente, impostos, regras da democracia etc), o arranjar de soluções governativa e de maioria parlamentar deve sempre decorrer no âmbito do parlamento. Foi isso que aconteceu, nada a dizer contra por parte de quem for honesto intelectualmente. 
Penso exactamente assim.
Outra coisa é, por exemplo, a nomeação do presidente da AR que, digo eu, devia caber ao partido mais votado indicar um nome mas, obviamente, a ter que negociar com os outros partidos. 
E no seio do PSD, mau grado uma quantidade relevante de gentinha de mau porte que por lá nada, existem pessoas com categoria, com isenção, com cultura democrática, com honestidade intelectual.
Mas o intrujão-mor quis esmagar o PSD. 
É legítimo, mas é mais um factor indiciador dos porquês de Portugal ser cada vez mais um País indecente.
Voltando a Ferro Rodrigues, se, a meu ver, tem toda a razão em salientar ao PSD (nunca é demais) que a maioria é outra, já o seu comportamento parcial, evidente durante várias sessões, mostra bem o trauliteirismo a que se chegou.
E digo trauliteirismo quando vejo o sr Fero Rodrigues dizer que as regras são outras.
Não, não são outras, são as mesmas.
Exactamente as mesmas que possibilitam, e bem, mesmo delas eu discorde, arquitecturas políticas como a actual.
Além disso, digo patético porque, por exemplo, o sr Ferro Rodrigues a propósito de uma decisão da dirigente do CDS (que pessoalmente muito questiono) vem publicamente dizer que aquilo pode colocar em causa a separação de poderes. Essa agora?
Mais Américo Tomázismo deve ser dificil de encontrar.
Claro que a criatura, ainda deve estar nos tempos do MES ou pior, além de que pouco deve perceber de direito constitucional. 
Foi uma cadeira que muito me entusiasmou.
Hoje em dia toda a gente vai pedir batatinhas ao PR. Adiante.
A questão aqui, parece-me, é que cabe constitucionalmente ao PR não só velar pelo regular funcionamento das instituições como, sobretudo, olhar aos parâmetros todos que definem uma democracia constitucional, um estado de direito. 
Um deles é, certamente, o respeito pelas minorias, o respeito pelas oposições.
Ou será que estou a interpretar mal a CR, Art. 120º? 
E, se em vez do que explicita a alínea d) do Art.133º, o PR preferir exercer uma influência recatada, não pública, junto da AR e designadamente junto do presidente da AR, actualmente uma figura muito discutível face aos seus comportamentos, incluindo certas frases em entrevistas? Pode não pode?
Oh sr presidente da AR Ferro Rodrigues, talvez uma reciclagem não lhe fizesse mal.
AC

Em tempo ("picado" do Henri Cartoon)

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