segunda-feira, 13 de setembro de 2021

MEDINA  CARREIRA
Tenho estado a reler muitas coisas que ficaram registadas em artigos, entrevistas e livros. Um certo modo ácido de ver e dizer as coisas, cruamente, como eu prefiro, sem aquela terrível e portuguesa mania de adocicar a realidade, a mania da promessa, do virar a página com demagogia e mesmo mentira
Porque, se é verdade e muito importante transmitir mensagens de esperança, creio igualmente decisivo que se expliquem aos cidadãos a realidade e o traçar de caminhos claros. E as consequências, duras que sejam, mas explicadas sem sofismas e indicando sempre o que se espera alcançar e assim ir melhorando a sociedade. Realismo, verdade e não, gritaria e bazucada.

Também ele gostava de história pelo que sei. A frase comum "a história não se repete" é verdadeira na perspectiva de que não se reproduzem situações nos mesmos exactos contornos e circunstâncias. Mas, analisando o nosso caso, e como gosto de sugerir sempre, comecem em 1700, e verão quão curioso é verificar certos eventos tragédias, fomes, pobreza, e olhar designadamente a um certo padrão de postura desde pouco depois do início da primeira República.
Rotativismo, imprensa em parte controlada, corrupção, banditismo de rua, justiça formalmente exemplar mas com realidade quase oposta, etc.

Ontem foi o funeral de Jorge Sampaio, e é porventura interessante  relembrar a postura deste antigo Presidente da República relativamente a contas do Estado, economia, equilíbrio orçamental, investimento, produtividade, prioridades políticas, desenvolvimento, a vida das pessoas. Cidadãos, pessoas, nenhuma dispensável.
Jorge Sampaio teve um "amigo..." (??) de partido que foi tratar da vida e conseguiu, porque enquanto ser superior acima dos cidadãos comuns não esteve para molhar/ sujar as calças no pântano nem perder tempo com minudências da sociedade. Sampaio teve ainda, um autor "da tanga" ainda a salivar a MRPP, outro que nem sabia passar as folhas do discurso, e acabou a empossar um dos maiores trastes de todos os tempos.

Muito diferentes, mas uma coisa em comum, creio, nenhum deles, Jorge Sampaio ou Medina Carreira, apreciava a aldrabice e a arrogância.

AC

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