VEJAM COMO ELES FAZEM AS COISAS
A esmagadora maioria dos portugueses quer lá saber de militares, de Forças Armadas (FA), de Instituição Militar (IM).
Muitos, provavelmente a esmagadora maioria a rondar 99%, incluindo a maioria com formação superior e em que alguns andaram anos e anos a papar os almocinhos depois das palestras para que reverentemente eram convidados para os institutos superiores militares, desdenha das FA.
Com a pandemia e depois de um inarrável e incompetente coordenador do processo de vacinação, surgiu aos olhos dos portugueses um vice-almirante a liderar a coisa, à frente de um grupo escolhido de militares dos três ramos das FA e em que a excelente prestação de enfermeiros e outro pessoal do SNS foi determinante.
E o vice-almirante tornou-se estrela.
Como acontece com muita gente, civil e militar, o vice-almirante terá certamente muitos que o apreciam nas qualidades inegáveis, e perdoarão os defeitos. Sim, todos temos qualidades e defeitos, a questão é, de ser humano para ser humano, a dosagem.
O vice-almirante teve inclusive processos em tribunal por questões internas na Marinha e, segundo se disse por aí em ocasiões passadas, coisas não completamente claras havendo quem, periodicamente, em jornais diversos, expusesse essas coisas. Curiosamente, há bastante tempo que esses assuntos não voltam à actualidade. O que é curioso.
O meu melhor amigo militar já me falou sobre este vice-almirante, e diz que o conhece relativamente bem, e contou-me e creio corresponder à realidade, que este vice-almirante está com um problema que é a questão da idade.
Parece que o actual Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) acaba o período de recondução no cargo depois deste vice-almirante atingir a idade de passagem obrigatória à reserva por limite de idade.
E assim, este vice-almirante acabaria a sua carreira militar.
E será por isso, diz o meu amigo, que o actual Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) que o meu amigo diz conhecer também de ginjeira, andará a fazer tudo, MAS TUDO, para ver se o CEMA se irrita e bate com a porta.
Ao bater com a porta, o vice-almirante das vacinas que há quem diga é apadrinhado pelo CEMGFA, subiria a tempo ao cargo de CEMA.
E o CEMGFA ficaria assim com um amigo na Marinha.
Antes de explicar melhor ao que vem isto a propósito, lembrar que, em regra, os militares estão habituados a ser louvados e ou condecorados quando tal é considerado merecido, mas no fim do exercício normal de cargos, ou no cumprimento de missões.
Ora o nosso rei, perdão, o Presidente desta República já condecorou o vice-almirante, ainda o processo de vacinação COVID não está encerrado. Porque terá sido?
Não será de admirar que o rei, perdão, o Presidente da República, rogue encarecidamente ao actual CEMA para pedir para se ir embora por motivos pessoais (a regra da pouca vergonha em vigor há anos em Portugal) antes do vice-almirante das vacinas atingir o limite de idade de passagem à reserva.
Diz o meu melhor amigo da Marinha que este processo seria uma repetição de caso passado já nesta presidência, e que vai no 6º ano.
Vem portanto isto tudo a propósito do futuro de vida profissional do vice-almirante que muitos aplaudem e outros nem tanto.
Que a campanha promocional dura há pelo menos três meses e vai em crescendo é por demais evidente, é mesmo descarada.
Na campanha montada abundam as acções recentes no âmbito do chamado ministério da defesa nacional (MDN) que continua a não ser isso mas apenas a tutela da IM, as acções abertas e encobertas no âmbito da presidência, e as periódicas manifestações no sentido do vice-almirante deixar as vacinas e ir para CEMA.
Uma das últimas veio agora do sinuoso Paulo Portas, sempre bem informado, um manipulador por excelência, com boas ligações.
E o que disse este "politólogo" e "tudólogo"?
Que não estranharia que o vice-almirante viesse a ser CEMA. Ah, e matreiro, lembrou o conflito entre o CEMGFA e o CEMA e acrescentou - "mas é uma questão a ver, entre o Presidente da República e o Governo". TÁ CLARO!
Aprendam como os matreiros fazem as coisas.
Alteram-se leis sempre que conveniente.
Justificam-se alterações com altos desígnios.
Alteram-se leis sobretudo criando primeiro compromissos amarrando de certa forma vários titulares de órgãos de soberania.
Depois é deixar andar, e não ligar ao que alguns digam ou mesmo denúncias em OCS.
É deixar andar.
Convém ir ás mesmas missas de altos dignitários. Aí, e em outros sítios sigilosos, convencer para a tomada de acções encobertas, por baixo da mesa, sem ser directo.
E esperar que a raiva atinja o objectivo.
Pela minha parte vou aguardar para ver se o meu amigo de Marinha tem razão, diz ele que a coluna vertebral do CEMA o fará resistir até ao fim, e assim fazer soçobrar manobras insidiosas.
Aguardemos.
AC
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