O NÍVEL da ABSTENÇÃO
Estamos em 2021, já se comemoraram 47 anos passados sobre a revolta militar dos Capitães em 24 de Abril de 1974.
E não é que uns quantos senhores persistem nas suas palavrosas "boutades", denunciando sem margem para dúvidas que vivem num Portugal que não é o da esmagadora maioria dos portugueses?
Parece que, para certos personagens, continua difícil de entender que cada vez mais portugueses não votem. Para alguns era muito importante ter votado neste Domingo para permitir aos autarcas eleitos a capacidade de iluminados para gerirem os fundos Europeus.
Para uns também iluminados, neste momento, o importante é a bazuca.
Nada de preocupações com coisas acessórias como, colocar o pão à mesa para a família, subida contínua do preço do gás da água e da electricidade, subida contínua e desenfreada dos combustíveis para viaturas, que os preços nas grandes superfícies não tenham subido muito ao mesmo tempo que o que está dentro das embalagens vá sendo menos, que cada vez mais se vendam menos jornais, que em certas cantinas as refeições se estejam a degradar, que o problema da natalidade em Portugal não é nada de especial e preocupante e que se resolve facilmente com migrantes em vez de se estimular as jovens famílias com políticas públicas, que seja rotineira a ausência de forças de segurança nas ruas a não ser surgindo súbitos ajuntamentos tipo Santos e Bairro Alto etc. Ficava aqui a noite toda a desfiar o rosário imenso das pequeninas coisas sem "importância" na sociedade. Mas não quero maçar as excelências.
Será talvez necessário fazer-lhes um desenho, para explicar a esta gentinha o porquê da contínua e brutal abstenção de basicamente 47%, a que podemos juntar os votos em branco e nulos, tudo perfazendo creio eu, mais de 50 % os que estão já cansados disto?
António Cabral (AC)
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