sábado, 18 de setembro de 2021

A propósito de BALSEMÃO 
Um dos donos disto, perdão, o dono da Impresa, foi há dias  "homenageado" pelo seu amigo António Costa, numa cerimónia formal, em S. Bento, por ocasião de passarem 40 anos da vigência do VII Governo Constitucional. Os 40 anos passaram há muitos meses, mas agora dá jeito para António Costa prosseguir a vergonhosa campanha eleitoral para o 26 de Setembro próximo.

Balsemão, que ajudou a edificar o que está! E o que está tem bastantes mais coisas positivas que negativas mas, com estes senhores que assim homenageiam aqui e acolá por quase dá cá aquela palha, mais a distribuição maciça de condecorações e, com os que são homenageados como foi agora Balsemão ou para ver se ajuda o condecorado a prestar-se "à manobra insidiosa em movimento", isto anda tudo ligado e, na minha opinião naturalmente, a pouco e pouco estamos com demasiada democracia formal, que os serve evidentemente mas que, concretamente, pouco anda a servir os cidadãos comuns. 

Teoricamente, Balsemão é de ideologia diferente de Costa. 
Mas, observada a prática, parece-me que se esbatem, MUITO, as diferenças.
Sim, esteve na antiga Assembleia Nacional e discordou do regime. Sim, fundou o Expresso. Sim, fundou o primeiro canal privado de televisão.
Sim, na minha opinião, com intervenções interessantes no âmbito da comunicação social nacional e dos problemas deste sector das sociedades.

Mas importa ponderar outras coisas também. 
Por exemplo, alguém se pode arrogar o direito de não publicar opiniões mesmo que assinadas, porque a sua divulgação seria eventualmente nociva do interesse nacional? 
A chamada censura democrática, potencialmente definidora do interesse nacional é uma vertente muito séria no âmbito do funcionamento do Estado democrático.

De onde parte, onde está definido, o interesse nacional? 
Decorre da Constituição da República Portuguesa. Aqui assenta a legitimidade democrática. 
Não há muito tempo o jornal Público colocou nas páginas "online" um artigo que rapidamente veio depois a eliminar. Já não recordo bem as justificações do Público mas pareceram-me pouco consistentes. 
Sobre este assunto expus então a minha opinião e, como CLARAMENTE DEIXEI EXPRESSO, a par da minha quase total discordância com as ideias e termos do autor desse artigo, continuo com as maiores dúvidas sobre a razoabilidade da censura protagonizada pelo jornal. 

Admito estar a ver mal o assunto, mas continuo a pensar que a publicação desse artigo não devia ter sido imediata, exactamente para o jornal poder publicar ao mesmo tempo uma nota de redação onde mostraria a sua posição de discordância, bem apoiada em argumentação científica e jurídica que tinha a obrigação de ter recolhido. E assim combater democraticamente.
A censura democrática que vai fazendo o seu caminho, abre tragicamente espaço aos Chegas, aos extremismos radicais inaceitáveis no nosso regime, aos intoleráveis negacionistas, aos intoleráveis e inaceitáveis movimentos e insultos, em desrespeito absoluto da lei e da privacidade da vida pessoal alheia. 

O interesse nacional não pode ser definido por cabecinhas iluminadas. Há LEI e documentação que isso define. É, também, com censuras e incoerências, e ainda por cima andando por aí um repugnante e ortodoxo vigilante……………………..ui, que não auguro nada de bom, a prazo. Já não há uma serpente, é mais que isso, é já uma hidra de muitas cabeças. 
O Estado tem de impor a sua autoridade.

Com esta e algumas outras homenagens se ajuda a consolidar, mutações, mitos, equívocos, farsas, eventos históricos propositadamente distorcidos. Lembro-me por exemplo o que se foi dizendo passados 2 ou 3 anos sobre a criação da Fundação Luso Americana!
E, muito preocupante, está a deixar-se engrossar as fileiras dos antagonistas do Estado de direito democrático. 
Nele, devem caber, sem restrições, as opiniões assinadas, elaboradas com educação. E as opiniões devem ser confrontadas, com naturalidade, com argumentação sólida. 
O que for discutível, discuta-se, combata-se com fundamento, e rigor. 
Discordo da censura, democrática que seja. 
Por uma razão, porque se vai verificando cada vez mais, que se surge ponto de vista que contrarie o "o respeitinho e o entendimento de excelências", então…….não percas tempo, não publiques, nem te dês sequer à maçada de ser educado e de lhe dizer porquê!

Homenagens, condecorações, propaganda, demagogia vergonhosa, uma sociedade cada vez mais anestesiada, quase ninguém liga à pouca vergonha que se está a passar na campanha para as eleições de 26 de Setembro. Era só comparar o que prometeram em anos atrás e verificar as mesmas promessas agora, e reparar que as primeiras não foram cumpridas. Democracia consolidada,....... formal. 
Entretanto estamos quase na cauda da Europa mas, como dizia um conhecido traste e alarve da pior espécie - isso não interessa para nada
TÁ CLARO que não interessa para nada, não é verdade?
AC

Ps: ah, e quanto a Balsemão nunca ter querido poder depois de sair de PM.......pois, estamos conversados! Eu conheci um vigarista da pior espécie que se serviu do sogro, influente no Norte e no país, que depois se foi servindo de quem lhe convinha e que dizia, com grande lata, que preferia mexer os cordelinhos que ir para lugar importante. 
NÃO TEM O MONOPÓLIO

Sem comentários:

Enviar um comentário