segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A propósito do desenterrar da regionalização por parte dos messias.
Leio num blogue que muito aprecio, por se mostrar muito equilibrado e para mim razoavelmente assertivo, - "Neste contexto, que António Costa (com entusiástico apoio de Rui Rio) tenha decidido voltar a propor a implantação de mais um nível político-administrativo em Portugal só pode constituir prova de insanidade”.
Eu acrescentarei, aqui está mais uma na senda da pouca vergonha.
As designadas “elites” (??) têm, como todas as pessoas, qualidades e defeitos. Que não haja dúvidas sobre isto, todos as temos. A meu ver a questão é, sempre, a percentagem de umas e de outras. Muitos dos senhores e das senhoras que se acotovelam para integrar as elites, desde por exemplo os donos disto tudo aos que foram pagando a outros para virem a ser donos disto tudo, etc, tem no entanto a soberba ostensiva da sua suposta superioridade, cultural, ética, moral, cívica etc.

É que quando me falam destas coisas, sempre com aqueles sorrisos apatetados e falinhas sonsas que presumem desculpáveis face aos cabelos brancos ou serem carecas, lembro-me sempre de várias pouca-vergonhas como por exemplo, as obras em casas de banho à conta do meu e de muitos bolsos, ou de quanto terá custado instalar um piano num gabinete para satisfazer a soberba e ego de certa criaturinha. 

Portanto, quando me falam em regionalização vem-me logo à cabeça: a criação de pelo menos 5 a 6 novas regiões (já temos as das ilhas com o esbanjar de dinheiro parcialmente conhecido), os palácios para os presidentes das regiões recém criadas, toda a parafernália de apoios em pessoal e material para os senhores presidentezinhos, provavelmente assembleias regionais ( e instalações para elas e todos os apoios para esses deputadozinhos), os carrinhos para todos os senhores novos baronetes, as secretárias de confiança, etc, etc, etc, e o dinheiro para isto tudo. Além do mais, à boa maneira dos legisladores habituais, a legislação aconselhada/ feita pelos escritórios conhecidos, deixará as buracadas habituais para proporcionar lucros futuros, no esclarecimento de quase tudo, e minimização de conflitos com autarquias propositadamente abertos de forma ainda que disfarçada.

Agrupamento de câmaras municipais muitas das quais têm menos eleitores que muitas fregesias nas cidades de menor dimensão, desconcentração de decisões, descentralização de serviços, é que me parece o caminho.
Mas claro, que estes novos messias o que querem é criação de mais baronetes, uma nova classe de políticos a juntar ás elitezinhas de hoje.
INSANIDADE? Olhe que não, eles sabem bem o que estão gradualmente a preparar. Vão tentar de novo o que não foi conseguido por referendo passado. E não me venham para cá com a teoria das conspirações. Preparam mais uma pouca vergonha.
AC

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