Há muitos anos que venho reflectindo sobre as questões da vida na vertente assistencial e concretamente na parte da saúde, a assistência na doença. Ao longo dos anos que já tem o meu blogue, e algumas vezes no blogue que antes me acolhia, abordei aspectos desta temática. Lembro-me de ter citado que, quando casei, anos antes do 25 de Abril, do meu lado havia 2 médicos de fornada Coimbrã e do lado da minha mulher importei muitos, o mais novo ainda não médico pois estava a terminar a licenciatura, e alguns já retirados da vida activa. Muitos médicos, hoje menos, mas hoje também duas enfermeiras e um enfermeiro e duas sobrinhas quase médicas. E experiência de várias coisas, de vários hospitais (alguns já desaparecidos i.e Liga dos amigos dos hospitais ao Principe Real), quer públicos quer privados, do IPO, do INEM (inexcedível). E tenho muitos amigos médicos, na zona de Lisboa e no Porto.
Volto hoje a falar neste/s assunto/s pelas razões seguintes: devido ás sucessivas aldrabices e mentiras do ministro da tutela, ao silêncio habitual do intrujão-mor, ás sucessivas demissões e problemas em hospitais públicos, a reações que tenho visto das ordens, aos problemas dos médicos que estão a acabar a formação inicial.
A criação do SNS foi uma excelente ideia.
Mas depois da sua criação..................
De acordo com o que se lê, os dados divulgados recentemente pela Direção-Geral de Orçamento indicam que os pagamentos em atraso das administrações públicas atingiam 1.188 milhões de euros no final de Janeiro, sendo que a maior parte se referia ao setor da saúde. A MAIOR PARTE - SECTOR da SAÚDE!!!!!
Indicado também 951 milhões de euros em dívida em atraso dos hospitais EPE (acima dos 837 milhões de Dezembro e dos 613 de Janeiro de 2017).
Mas o inefável ministro do sector doente, perdão, da saúde, diz com aquele arzinho cândido esperar uma "redução pronunciada dos pagamentos em atraso ao longo de 2018", desde logo devido ao reforço de capital feito no final de 2017 nos hospitais EPE, que "começará a produzir efeitos a partir de março". (o que autorizará Centeno?).
Concretamente, o pequenino ministro confessa que existe - uma quantidade significativa" de hospitais em "falência técnica", situação que deverá ser revertida com o reforço do seu capital estatutário, que está em curso.. Não é um espectáculo?
De acordo com o que se lê, os dados divulgados recentemente pela Direção-Geral de Orçamento indicam que os pagamentos em atraso das administrações públicas atingiam 1.188 milhões de euros no final de Janeiro, sendo que a maior parte se referia ao setor da saúde. A MAIOR PARTE - SECTOR da SAÚDE!!!!!
Indicado também 951 milhões de euros em dívida em atraso dos hospitais EPE (acima dos 837 milhões de Dezembro e dos 613 de Janeiro de 2017).
Mas o inefável ministro do sector doente, perdão, da saúde, diz com aquele arzinho cândido esperar uma "redução pronunciada dos pagamentos em atraso ao longo de 2018", desde logo devido ao reforço de capital feito no final de 2017 nos hospitais EPE, que "começará a produzir efeitos a partir de março". (o que autorizará Centeno?).
Concretamente, o pequenino ministro confessa que existe - uma quantidade significativa" de hospitais em "falência técnica", situação que deverá ser revertida com o reforço do seu capital estatutário, que está em curso.. Não é um espectáculo?
Um cidadão que queira ver se consegue perceber o que se passa de facto neste sector vê-se em palpos de aranha, e não chega a conclusões claras e definitivas. Nomeadamente para tentar saber com rigor, quantos estabelecimentos de saúde existem em Portugal no presente, públicos e privados. E acerca dos eurozinhos envolvidos!! Que são ás centenas de milhões.
Centros Hospitalares temos aparentemente os do Barreiro Montijo, Cova da Beira, Entre Douro e Vouga, Leiria-Pombal, Lisboa Ocidental, São João, Setúbal, Trás-os-Montes e Alto Douro, Alto Ave, Baixo Vouga, Universitário do Algarve, Médio Ave, Médio Tejo, Oeste, Porto, Universitário de Coimbra, Lisboa Central, Lisboa Norte, Póvoa de Varzim/Vila do Conde, Psiquiátrico de Lisboa, Tâmega e Sousa, Tondela-Viseu, Vila Nova de Gaia/Espinho.
Depois temos de procurar por centros médicos, clínicas, maternidades, unidades de saúde familiar, etc. Os nºs variam consoante se navega nos "interessantes" sítios ligados ao ministério da saúde, ou no PORDATA, ou se consultam OCS/ notícias antigas.
Por exemplo, será que existem mesmo 225 estabelecimentos de saúde dos quais cerca de 110 serão privados? Por exemplo ainda, encontram-se referências a 105 hospitais públicos. Será?
Uma coisa parece certa (PORDATA):
em 1961 - 559 estabelecimentos de saúde, 48821 camas
em 1970 - 634 e 54514
em 1990 - 240 e 39690
em 2005 - 204 e 37372
em 2010 - 229 e 35646
em 2015 - 225 e 34890
em 2016 - 225 e 35337.
Outra coisa me parece corresponder à realidade, ou então é desatenção minha que, se for o caso, alguém me corrija:
> em nenhum sítio dos vários do MSaúde encontrei uma lista completa actual de todos os hospitais, de todos os centros hospitalares, de todas as unidades de saúde (antigos centros de saúde), de todas as clínicas, públicas e privadas,
> em nenhum sítio encontrei os orçamentos atribuídos a cada estabelecimento de saúde,
> em nenhum sítio encontrei a relação de dívidas de cada hospital, etc; e parece haver ainda dívidas de 2016, o que é um grande virar de página do intrujão-mor.
Basta por exemplo ir ao "sítio" do hospital de Santa Maria em Lisboa, que tem agregado o Pulido Valente, para facilmente perceber que não se encontra nenhum elemento, nenhum parâmetro de gestão do estabelecimento de saúde.
Sou eu que estou doido, ou para lá do bolo definido em OE, não deveria haver uma contabilidadezinha a que se devesse ter acesso?
Como se gere o sorvedouro que é o SNS, e o dinheiro que se atira para os privados?
Naturalmente, vai-se aos privados e ficamos na mesma. A transparência à portuguesa.
Mas uma coisa é certa, as dívidas a fornecedores (desse 2016?) é avassaladora, mas só é referido montantes globais. Porque não os parcelares, para se perceber onde as coisas estão melhor ou pior?
Ninguém pergunta como se aguentam esses fornecedores? Ou o que cobram é de tal forma exorbitante em margem de lucro que dá para criar "almofadas" para suportar estes atrasos?
Outra coisa que é certa, é o que se passa no hospital de Faro. Sei bem do que falo, tenho um familiar residente em Faro a penar há quatro anos com vários problemas.
Várias outras coisas são certas, e não estou a inventar nada.
Sei muito bem o que se passa no SJoão, no Santa Maria, em Faro, no Barreiro, em Castelo Branco, em Beja, em Vila Franca de Xira. Sei alguma coisa dos Lusíadas, Cuf Descobertas, Cuf Infante Santo, na Luz. O post vai longo.
É o que temos.
Desgraçado País, décadas violentado por vigaristas.
Oxalá me engane, mas creio que vai ser nesta área que a sociedade portuguesa mais depressa vai rebentar. Oxalá me engane.
AC
Sem comentários:
Enviar um comentário