CLASSE  MÉDIA. ESTADO. O NOSSO FADO.

A classe média está sempre na berra.

É fado, é ela que paga quase tudo, é ela a que muitos debaixo aspiram, é ela um dos grandes motores das sociedades. A definição de classe média teve ao longo do tempo significados diversos. 

Os que integram a classe média (hoje em dia já se fala em baixa, média e alta classe média) são formalmente aqueles que têm uma vida relativamente desafogada. 

O foco, portanto, em padrão de vida. 

Quando  no presente se ponderam padrões de vida, temos de equacionar, a educação e a formação, competências, graus académicos, qualificações profissionais, padrões médios de consumo, acesso a cultura e lazer, ambiente, estabilidade financeira, etc. etc. etc.

Creio que alturas houve em que à classe média (alta) se colava parcialmente a famosa expressão de "colarinho branco" que é definição típica de classe mais abastada.

Na nossa história mais recente, parece indesmentível que a classe média portuguesa cada vez está mais apertada, cada vez menos se pode considerar que exista por cá mais do que uma classe média média e uma classe média baixa a qual engrossa a olhos vistos.

Muitos se têm refugiado no emprego do Estado, o tal monstro sempre presente em Portugal. Terá aumentado 1500 nos últimos 2 anos?
E, parece-me evidente, que os últimos anos demonstram o crescimento dos "empregozinhos" e dos "contratos por ajuste directo" (tudo legal, obviamente), se não no Estado, particularmente em tudo que subsiste à conta do Estado e amiguinhos, qual rémora junto do tubarão. 

Com esta maioria absoluta a dar já sinais intoleráveis veremos como certas coisas, certas políticas, certas atitudes, terão ou não em consideração a coitada da classe média portuguesa. 
A discussão disfarçada sobre a regionalização, a descentralização /tentativa de atirar para as autarquias (muitas a revoltar-se ou pelo menos a estrebuchar) o mais que o PS / governo pode sem correspondentes meios humanos logísticos e financeiros, é outra das áreas a observar. Aguardemos.

AC