AFONSO CRUZ
...... ele pigarreou e, com um gesto da cabeça, mandou-me sentar na cadeira.
- Na cadeira - disse ele.
Pousou a candeia em cima da mesa, mesmo à minha frente, e sentou-se na cama. As suas longas pernas chiaram ao dobrarem-se. Não largou o machado.
Eu quis dizer alguma coisa, mas as palavras ganhavam reticências na minha língua e desfaziam-se as frases em pontinhos. Estava em pânico.
......
(pág. 102, "Os livros que devoraram o meu pai", Afonso Cruz)
AC
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