Decência, Política do segredo, Não prestação de contas e Império do silêncio.
Olho para a nossa sociedade, e não é de agora, adolescente, olho com atenção desde 1966, e sempre fui reservado nomeadamente no que toca a livros e ideias revolucionárias, e modas.
Olho para a nossa sociedade, e não é de agora, adolescente, olho com atenção desde 1966, e sempre fui reservado nomeadamente no que toca a livros e ideias revolucionárias, e modas.
Nunca andei com frentismos e, calado, fui registando as ansiedades de alguns, percebendo que algo se ia passando, nunca procurei interrogar quanto aos segredos e aos sorrisos de quem algo fazia com a compreensível e legítima reserva e cautela.
Nunca me coloquei em bicos de pés para me juntar ao que quer que fosse. Sempre pensei pela minha cabeça e muito converso com os meus botões, desde sempre.
Olho para a nossa sociedade, e para a envolvente externa, e interrogo-me sobre a evolução dos tempos contemporâneos.
Olho para o nosso tão maltratado Portugal e interrogo-me sobre diferentes e diversos aspectos.
Olho para a nossa vida pública e interrogo-me, por exemplo, sobre as eventuais razões em que assentam os comportamentos de diversos ou quase todos os protagonistas que, na nossa história democrática, são tão avessos a, por exemplo, contar as experiências passadas.
Olho para esses protagonistas e interrogo-me, porque razão, nessa gente, permanece o império do silêncio, porque se fecham no segredo, porque não prestam contas do que fizeram e porque o fizeram?
Por que razão, todos os que ocuparam e ainda ocupam cargos relevantes na condução do destino do país, são tão avessos a falar sobre as respetivas experiências?
Por que razão, sobre o passado e sobre casos (gémeas, SEF, cativações, barragens, eólicas, EDP, banca, telecomunicações, energia, forças armadas, etc.) se escondem no império do silêncio e do segredo, quando a prestação de contas e os testemunhos dos titulares de cargos públicos e dos titulares de órgãos de soberania são a regra nas democracias ocidentais consolidadas, direi mesmo, nas sociedades decentes?
Perguntas para um milhão de dólares.
Tenham um bom dia. Saúde.
António Cabral (AC)
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