quarta-feira, 19 de julho de 2017

POLITICAMENTE CORRECTO? E INCORRECTO?
O que inclui a liberdade individual?

A CRP, que tenho sempre bem presente, no seu Artº 37º garante-me o direito de me exprimir e divulgar livremente o meu pensamento pela palavra, pela imagem ou qualquer outro meio. 
Não devo ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura. 
Não deve haver discriminações, impedimentos.
Mas anda por aí muita gente que, brandindo a CRP e a ética sempre em altos berros, as esquece na vida prática.
Fácil é de ver que a liberdade individual deve entender a exigência de algumas barreiras, naturais e entendíveis, e desde logo decorrentes da convivência em comum. 
Deve haver lugar a troca de opiniões, argumentação equilibrada, e entre pessoas bem formadas deve prevalecer o esclarecimento, o confronto das ideias e do conhecimento, o respeito pela opinião alheia mesmo dela discordando frontalmente. 
Se eu cair em patetices, ou argumentar tolamente quando sobre um determinado assunto existam evidências sólidas particularmente científicas, muito consolidadas, que não deixam margem para dúvidas, será caso para então dizer - tens de rever a matéria dada.
Por outro lado, com o avançar da idade, é prudente (minha postura de sempre) precaver-me e não tomar como ponto assente que o peso dos anos e experiência são tudo; são muito importantes, mas existem outras coisas e, sobretudo, a marcha do tempo mostra sempre novas evidências. E há que ponderar diariamente.
Não será bem a velha dúvida sistemática, nem o rejeitar valores e aprendizagens mas, se alguma coisa nos diferencia de outros seres vivos, é o dever permanente de puxar pelas células cinzentas.
Vem isto a propósito de quê?
De tudo, naturalmente, mas em particular pela actual envolvente nacional.
Sim, o direito "liberdade individual" inclui porventura o direito à tonteria, a liberdade individual pode abarcar declarações polémicas mas, parece-me, o combate democrático aos excessos verbais de uns talvez não deva ser alimentado com o exacerbado politicamente correcto e da moda, em que uns quantos, auto-intitulados como os donos da ética e da verdade absoluta, pretendem controlar as mentes e a sociedade.
Tenho dúvidas, cada vez mais, mas não esqueço valores.
No Portugal contemporâneo, dos super zelos, tenho sérias dúvidas que se esteja a caminhar para uma sociedade globalmente mais saudável.
Mas, como sempre admito, posso estar a ver mal a coisa.
AC

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