COVID-19 e PORTUGAL
Vá lá, deixem-me escrever umas palavras quase à senhor de "la palisse"
Que o safado do bicho causou e vai causar enormes sarilhos não é preciso diploma para disto ter a certeza.
Que as nossas vidas levaram já um trambolhão é óbvio.
Que para o futuro próximo e de médio prazo presumimos muitas coisas é evidente e natural, mas o que vai acontecer por cá, de facto, social e economicamente, é uma incógnita e esta é, naturalmente, a postura séria.
Estou convencido que os estudiosos e investigadores das doenças/ epidemias/ pandemias nas mais diferentes vertentes da ciência chegarão dentro de meses a conclusões ainda que não 100% seguras e, desejavelmente, à definição de uma vacina para o bicho.
Do que vou lendo por cá e do que se escreve em OCS estrangeiros nada me descansa.
E não percebendo eu nada disto, estou em crer que o supra escrito é inatacável.
A defesa da ministra e da senhora da DGS por parte dos turbo administradores de cabelos brancos é bem indicadora de que devemos estar muito receosos.
A sucessiva e descarada postura sobre as máscaras é eloquente de como nos bastidores as coisas foram descuradas há pelo menos dois meses e, depois, como têm sido urdidas.
A acreditar nos OCS nacionais, coisa sempre perigosa, certas regiões do Continente estão na penúria quanto a material protector.
Além de que, entre encomendas do governo, doações de futebolistas e empresários da bola, outras doações, ajudas de Macau, e no meio de vergonhosa manipulação e propaganda, ainda não estou certo de quantas paletes e paletes de material chagaram de facto à tugolândia.
A acreditar ainda nos ditos orgãos de informação, as posturas do senhor G continuam na senda do que sempre foi durante anos, à sombra do seu padrinho cenoura, preparando-se para desvirtuar se não mesmo estragar a instituição/ sinecura que lhe arranjaram.
E tanto que ele gosta de ir comer bacalhau.
Os chavões constantemente atirados ás pessoas são, por exemplo, taxa de letalidade, peritos, curvas, pico da curva, planalto, imunidade de grupo, isolamento social, democracia não foi suspensa, evolução do surto, expansão exponencial, vírus, Covid-19, coronavirus, abstrações matemáticas, cuidados intensivos, SNS, ganhar Maio em Abril.
Parece-me evidente a postura de manipulação dos principais titulares de orgãos de soberania.
Parece-me evidente que o barbudo da educação mais a rapaziada da CGTP não têm ainda bem definida uma posição sobre abertura ou não das escolas.
O comentador real tratou ontem de retirar ao PM o anúncio sobre quando abrirão as escolas. Lamentável, é o mínimo que se pode dizer.
Parece-me evidente que esta questão do encerramento das escolas colocou a nu o que muitos sabem há muito tempo, e que políticos de todas as cores mas particularmente vermelhos de tonalidades várias e os rosas sempre procuram disfarçar. Escolas fechadas e ensino à distância é coisa fácil não é, como se todos os lares tivessem computadores para todos os filhos, como se todos os professores estivessem à vontade com a tecnologia necessária, como se não houvesse um grande problema com as famílias em que muitos pais estão a trabalhar e eles em casa na "escola". Pois!
Outra coisa é esta delícia em que entra também o manipulador -mor, a questão do PICO. O pico da curva, que não o Pico ilha magnífica dos Açores, de que tenho saudades imensas.
Ai o pico vai ser provavelmente a meio de Abril próximo.
Ai o pico vai ser a meio de Maio próximo, que isto não é coisa de poucas semanas, e ai as minhas orquídeas coitadinhas.
Ai o pico já deve ter sido em Março.
E não lhes cai dente nenhum nem cresce o nariz.
Mas que têm uma descarada ausência de vergonha na cara parece-me evidente, desde o topo da pirâmide da máquina do estado até à DGS.
Depois, correndo riscos, se ligarmos de vez em quando o televisor levamos com, anunciadores dramáticos de gráficos e curvas, de comentadores encartados como o de cabelos brancos encaracolados, todos com uma dose brutal de manipulação que, estou em crer, é capaz de convencer muito tuga.
Depois, há uns quantos que, justamente, falam na questão económica mas, alguns, não conseguem disfarçar que a sua irritação é estarem a perder dinheiro e não, como devia ser, a preocupação pela manutenção da empresa, das empresas, a manutenção da produção e do trabalho e do emprego.
E, depois, e uma das coisas para mim mais evidentes e que é conhecido de há décadas, a questão do ministério que devia fiscalizar as empresas.
É por demais evidente, desde sempre, a escassez pornográfica de inspectores por exemplo do trabalho, mas não só. Porque os sucessivos governos sempre preferiram ter a CGTP a denunciar as pouca vergonhas, como o faz agora e muito bem, do que ter quadros de inspectores, alargados, para sempre que necessário e constantemente meter na ordem patronato mas, também, para descobrir e punir alguma malandragem que possa existir em trabalhadores.
O que comanda a evolução de um surto?
Não sei. E arrisco dizer que, se calhar, nenhum cientista sabe com segurança absoluta.
As questões da, velocidade de contágio, probabilidades, hospedeiros, meios hostis, quanto tempo as partículas e os vírus ficam em suspensão no ar, se os espirros podem ultrapassar certas máscaras, curvas epidérmicas, níveis geríreis da pandemia, modelos complexos de avaliação, temperatura, humidade, quantidade de partículas no ar, exposição aos raios ultravioletas, claro que tudo isto me parecem questões pertinentes.
Certezas absolutas não existem.
As sensações e interrogações que tenho neste momento são as seguintes:
> que o governo andou mal há pelo menos dois meses atrás, tal como andou muito mal quem o aconselhou e particularmente o MSaúde e a DGS,
> que a DGS ainda anda um bocado aos bonés,
> que continua a faltar imenso material de proteção mesmo para quem está na linha da frente nos hospitais,
> o impacto da pandemia na nossa sociedade parece estar a ser muito diferente do que se passa em Espanha, mesmo sendo a sociedade portuguesa também envelhecida, e alguma coisa deve poder justificar isso, para lá das medidas tomadas,
> ao olhar para os gráficos e para as projeções de Jorge Buescu vejo neles seriedade e apreensão, embora pessoalmente considere que devia ter evitado escrever palavras de alarme social a roçar o descabido,
> que alguns que hostilizam certas projeções e o encerramento de muita actividade económica parecem estar é mais preocupados com o facto de não poderem dar a sua consultoria para o controlo das florestas ou a consultoria para a grande canalha da alta finança,
> que continuamos a não realizar testes em massa como estou convencido devíamos fazer mas, claro, isso tem a ver com a impreparação e negligência de há pelo menos dois meses, o que pode provavelmente falsear o que se passa realmente quanto à propagação da doença no nosso País,
> que a ajuda da banca nacional está a começar a desenhar-se como é hábito naquela gente, apesar da "manteiga" inapropriada que logo Marcelo pressuroso veio vender à populaça que provavelmente acreditou,
> até que ponto os programas de vacinação em massa no nosso país como por exemplo contra BCG, dos anos 50 a 70 do século passado, poderão ter influência negativa para o vírus?
Aguardemos
AC
Se tentaste fazer alguma coisa e falhaste, estás em bem melhor posição que aqueles que nada ou pouco tentam fazer e alterar e são bem sucedidos. O diálogo é a ponte que liga duas margens. Para o mal triunfar basta que a maioria se cale. E nada nem ninguém me fará abandonar o direito ao Pensamento e à Palavra. Nem ideias são delitos nem as opiniões são crimes. Obrigado por me visitar
quarta-feira, 8 de abril de 2020
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