quarta-feira, 19 de junho de 2024

GEOPOLÍTICA
UCRÂNIA, RÚSSIA, EUA, CHINA, EUROPA, IRÃO.
O conflito iniciado com a invasão da Rússia sobre a Ucrânia leva basicamente 28 meses.
Percebendo muito pouco destas coisas, cada vez tenho mais a sensação de que, do lado ocidental e com primazia para os EUA, estão a gostar do estado em que está o conflito. Marasmo, meio empate, impasse.

Naturalmente que me assaltam muitas dúvidas, desconheço imensas coisas sobre o que se passa no terreno, mas tenho duas ou três certezas.

Primeira certezaZelensky é essencialmente um teleguiado de Washington.

Segunda certeza, as condições a verificar-se no terreno para eventual início imediato de conversações para a paz são 180º distintas, opostas.
Putin, num discurso tosco em simultâneo com o início da cimeira na Suíça (erro crasso?), mandará parar as hostilidades se Zelensky retirar as tropas das áreas da Ucrânia que Putin diz que são dele.
Zelensky estará pronto a discutir a paz logo que Putin saia da Ucrânia ocupada. Conversa de surdos no seu melhor.

Repetindo-me, não percebo quase nada destas coisas, sei poucochinho (Costa dixit)
Mas a minha terceira certeza é de que não acredito em vitória militar, de nenhum dos contendores, nenhum ganhará militarmente.

Como referi em outro postal, os Ucranianos estão a ser grelhados em lume brando. É a minha opinião.
Parece ser uma realidade que a Rússia leva vantagem apreciável quanto a meios, sejam humanos sejam materiais. 
Provavelmente, face à pesadas perdas em vidas, a reposição de meio humanos nas frentes da guerra estará bastante mais complicada para a Ucrânia. De qualquer forma estas vantagens não deram vitória militar para o "democrata" Putin!

Da parte dos EUA, a par de anúncios sucessivos de entrega de munições mísseis defesas aéreas etc., no terreno verificam-se atrasos enormes o que tem consequências favoráveis à Rússia. 
Jogos políticos internos nos EUA é a razão apontada.

Mas será só isso ou, como eu digo, querem continuar a grelhar lentamente os Ucranianos e assim procurar desgastar a Rússia?
Já o escrevi antes, Putin não é Gorbachev.
Gorbachev era de certa forma um pacifista.
Creio que Putin é o oposto, para além de querer de volta a grande  "mother Rússia", e sonha de certeza (como sonhava no início do seu poder) com a Europa maior, de Lisboa a Vladivostoque.

Quarta certeza, só mesmo um ignorante é que não percebe que os EUA quererem a Ucrânia na sua órbita de influência é pastilha que Putin dificilmente ou nunca engolirá.
A recente autorização dada a Zelensky para usar sem restrições o armamento que lhe disponibilizaram ajudará porventura a um certo abrandamento na progressão que se vinha verificando por parte das forças invasoras.

Mas, será suficiente? Duvido que alguma vez a Ucrânia tenha meios para expulsar as forças Russas. Isto dá basicamente um certo impasse.
E se começarem a ser usados os aviões e pilotos prometidos a Zelensky e que devem estar na fase final de treino? Que reação Russa?
Será interessante de observar se a superioridade aérea Russa se esbaterá.
E se, por força de mais ataques Ucranianos, os estragos dentro das fronteiras Russas forem crescentemente maiores? Que reação?

Putin e os seus lacaios falam repetida e periodicamente no emprego de armas nucleares. Do lado Ocidental não me parece ter havido reação especial.
Se do lado Ocidental prosseguir o apoio aos soluços, que consequências no terreno?
Se tivesse bola de cristal explicava.

Mas tenho uma última certeza
Putin há muito que andará a congeminar muita guerra assimétrica contra vários países Ocidentais.
Tem as costas quentes com a China e o Irão.
Mandará executar?

Putin também leu este e outros livros, e sabe bem qual a orientação dos EUA. 
Como sabe a dele.
Aguardemos.

António Cabral (AC)

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