QUE TÍTULO DAR AO TEXTO? HIPÓTESES:
* UMA DESCARADA AUSÊNCIA DE VERGONHA NA CARA
* MIRÍADE DE EQUÍVOCOS E LAPSOS
* MIRÍADE DE MENTIRAS
* MIRÍADE DE INCOMPETÊNCIAS E SOBERBAS
* MIRÍADE DE CHEFEZINHOS E JOGOS
* SALÕES, ALCATIFAS, AVENTAIS, MUITA TRANSPARÊNCIA
* REPUTAÇÕES INTACTAS ?
* DESLEALDADES, DESCONFIANÇAS, ENCOBRIMENTOS
Miríade = número grande mas indeterminado
Bom, o melhor é deixar assim, porque creio que nisto há de tudo.
Esta vergonha no seio das Forças Armadas (FA) protagonizada por um grupo inqualificável, esta palhaçada envolvendo este ministro da tutela (MDN) e chefias militares, podem vir a ser aproveitadas por todos aqueles que, lamentavelmente, odeiam a instituição militar, por todos aqueles que se esforçam por esconder que foi um grupo de militares que forjou o derrube do anterior, caduco e decadente regime. É capaz de vir a ser tudo aproveitado por todos aqueles que continuam a não compreender ser a Instituição Militar/ Forças Armadas um pilar indispensável no Estado de direito democrático.
Respeito sempre a opinião de outrem, mas não posso estar mais longe das posturas de tremendistas mas também dos untuosos situacionistas.
E a propósito da opinião de outrem começo pelo Presidente da República (PR), que agora já está publicamente a desculpar o Ministro Cravinho, com o argumento de que é uma missão da ONU. O costume.
Outros dizem que a culpa é da comunicação social (OCS) que alimenta politiquices (em grande parte é verdade). Mas toda esta palhaçada continua com inúmeras pontas soltas.
Uma das melhores para mim é a afirmação - "as medidas adoptadas impedem novos actos criminosos". E não há uma alma decente e digna que perante este descaramento pergunte: "essas medidas de que agora se vangloria, não deviam estar em vigor há anos"?
Outra boa, é o pandego que acha muito bem que o ministro da tutela só tenha informado a ONU, dado ter havido a palhaçada de Tancos em que muita gente soube de tudo e deu no que veio a dar. NOTÁVEL, informar a ONU não tem problema algum, sussurrar ao ouvido do PR era perigoso. Ao PR apenas, sem ajudantes, chefe de casa militar, chefe da casa civil.
Em continuação do post anterior sobre esta vergonha, parece que nesta fase estará em cima da mesa o seguinte:
> há 11 arguidos, alguns presos preventivamente,
> mas o nome Miríade dado à operação pela PJ indicia obviamente que, contrariamente ao que dizem os poderosos lá pelo edifício ao Restelo, não eram 2 como infantilmente dizem ter pensado, como quase de certeza não serão só onze, pois há de tudo, incluindo advogados,
> há outros que já tiveram ou andam a ter buscas, diz-se, no Algarve por exemplo, como aparentemente um major de quem desconfiam de acções passadas, e será lícito imaginar que depois de tantos anos de forças destacadas……….
> legítimo pensar que isto não é só obra de dois soldados a chefiar a rede, pois parece meter advogados e etc., e nestes etc. é que é capaz de estar o busílis,
> continua pouco clara a cadeia de denúncias, parecendo plausível que alguns o fizeram já por receio/ antecipação, sabendo que outros já tinham posto a boca no trombone; por exemplo, como é que tudo se passou, de um soldado passou a que oficial, deste a que outro oficial, a que outro oficial, a quem dentro do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) (ou foi a alguém dentro do Exército e este ramo das FA é que passou o assunto ao EMGFA?),
> o no EMGFA (quem?) passou à Polícia Judiciária Militar (PJM) que fez investigações iniciais, e depois o assunto seguiu para MP e PJ, e no EMGFA nada disseram ou disseram logo ao gabinete do ministro?,
> notícias contraditórias sobre diamantes, pedras, bolsas, valores,
> dizem-nos que o assunto/ rede criminosa é denunciado em Dezembro de 2019, não nos dizem o dia, e depois a PJM começa a trabalhar em……Janeiro?…..Fevereiro de 2020?…..,
> não se percebe se o ministro da tutela falou que sabia da rede criminosa em Dezembro de 2019; declarações posteriores nos OCS dão a ideia de que o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) informou que nesse Dezembro souberam de dois militares, e que só há poucos dias souberam que havia rede, quando parece ser certo que há nisto tudo uma grande inconsistência de datas presente o início do processo pela PJM e só nessa fase haver lugar a segredo de justiça, além de que diz ter comunicado à ONU apenas em 2020 (quando?),
> parece ridículo dizer-se que Costa com uma certa declaração tirou o tapete a Cravinho, ele nunca tira o tapete, teve de substituir a Constança porque Marcelo forçou muito,
> o ridículo disto tudo é, para além de tudo o mais, a história dos pareceres jurídicos,
> transparência, mais uma vez, completamente inexistente, continuando estes poderosos civis e militares a tratar-nos como se fossemos todos muito burros; dizem-nos - tenho apenas de dizer o que aconteceu.
Disto tudo e nesta fase o que é legítimo concluir?
> O PR, o ministrozinho da tutela e o CEMGFA, falam-nos verdade ou omitem realidades e, como diz o cidadão comum, mentem-nos? E o PR não está já a disfarçar tudo, combinado ou não com Costa?
> Este ordinário grupo de malfeitores desprezou a Bandeira Nacional as FA e os seus valores, e a acção desta banditagem não deve secundarizar os serviços das FA ao longo de décadas e o seu papel indispensável no Estado de direito democrático,
> Mas isto dito, é evidente que esta por apurar rede mancha o nome de Portugal, o prestígio das FA, é uma nódoa, infelizmente, digam o que disserem os palradores do costume, é uma realidade triste,
> Dizem-nos com grande ênfase e jactância - foram tomadas uma série de medidas, tanto no aeroporto de trânsito número um da Força Aérea (Figo Maduro) como no Exército, que garantem absolutamente que não há possibilidade de repetição destes acontecimentos, não há possibilidade de repetição” do esquema de tráfico: após tomar conhecimento do caso, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas instituiu medidas complementares que incluem mais ações de fiscalização no aeroporto e na preparação das bagagens, assim como mais controlo nas partidas para a República Centro Africana e na chegada a Portugal, os militares entregam as bagagens 24 horas antes de entrarem nos aviões, as bagagens são verificadas, são revistadas, e depois são-lhes entregues só à chegada a Lisboa,
> Como sempre, ninguém pergunta logo a estes pomposos - porque não existiam essas medidas desde o início da deslocação de forças para os teatros de operações no estrangeiro?
> Como sempre com estes senhores, tomam medidas depois de acontecerem as desgraças, invocando sempre grande abnegação na instituição, coisa que lhes falta muito e, mais uma vez, temos uma espécie de Tancos 2.
A terminar, que grande diferença entre Marcelo e Sampaio. Sampaio correu com Vara por indecente e má figura. Podem dizer-me, Marcelo correu com a antecessora de Cabrita. É verdade, mas estamos, num caso (a ex-ministra da Administração Interna) perante incompetência aguda enquanto que em Vara e Cravinho estamos perante incompetência sucessiva e deslealdade institucional. Para mim, faz muita diferença.
Saber de uma coisa grave no seio das FA em Dezembro de 2019, comunicar a alguém (a quem, Guterres?) na ONU em Janeiro ou Fevereiro de 2020, pede (será verdade?) mais do que um parecer (sobre quê?) e nada diz ao ouvido do PR/ Comandante Supremo das Forças Armadas, configura um desastre em contínuo. E há quem diga que a criatura seria um óptimo MNE.
Será por isto que o trauliteiro, que há tempos disse que queria voltar a lecionar, agora já informou que Costa pode contar com ele?
Uma nota adicional sobre a PJM.
Creio que para o cidadão comum, melhor, para 99,9999% dos portugueses, quer lá saber de coisas de "TROPA" (nome usado normalmente em jeito depreciativo), e também da Polícia Judiciária Militar. Isto para dizer que a PJM depende do Ministro da Defesa Nacional e, portanto, se na prática quando surgem coisas desta natureza há certamente canais de serviço directos para informar a PJM, a realidade é que - a PJM é um corpo superior de polícia criminal auxiliar da administração da justiça, organizado hierarquicamente na dependência do Ministro da Defesa Nacional e funcionalmente na dependência das Autoridades Judiciárias.
Portanto não é ao nível do EMGFA que informam publicamente, cabe ao ministério de tutela. Finalmente, parece evidente que a alteração da chefia da PJM a seguir a Tancos foi eficaz, dá bons resultados.
António Cabral (AC)
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