quarta-feira, 1 de junho de 2022

COMO  CLASSIFICAR  ?

Há umas semanas, no Expresso, lá vinha mais um artigo daqueles que tenho sempre dificuldade em classificar. Não exactamente apenas pelo  texto mas mais por causa de quem o escreve. O título - "Custos da energia "empurram" portugueses para casas sustentáveis"

Até que é engraçado, cada vez pago mais electricidade e gás e muito antes da pandemia e guerra. Já aliás aqui em tempos deixei um registo comparativo sobre o gás.

No subtítulo da peça indicação de que a subida de preços leva a que a procura de casas mais sustentáveis suscite maior interesse do mercado. Ah o sempre bem-dito mercado, e a boa nova, o mercado está a tentar contrariar a tendência para grandes gastos de energia e de água! Obrigado mercado. E claro, nichos de mercado já a colar-se para beber do PRR. 

Depois seguem uns exemplozitos. Mas não deixam de confessar - "quanto menos for a área da casa mais cara fica a eficiência energética". Quanto a aspectos particulares, lá se abordam, painéis solares térmicos, coberturas fotovoltaicas, turbina de hidrogeração, etc., e lembram que  - "estes edifícios são o novo normal" - pois se antevê uma procura exorbitante por estes novos edifícios sustentáveis!

Não faço ideia se alguém pediu para publicarem um escrito assim, se alguém pagou, se o autor do texto está a pensar na maioria da população portuguesa que como se sabe tem o nível de vida Nórdico ou nos Marcianos.

Numa parte do texto, vem uma referência a - "….num T3, com um mínimo de 4000,00 € em obras cirúrgicas já é possível obter melhorias nos consumos". Já é possível! Obrigado pela dica.

Saberá o escriba quantos em Portugal podem gastar neste momento esse dinheiro, esse tal de "mínimo", que aliás nunca é esse mínimo apontado? 
Saberá o escriba, por exemplo quanto custa, para uma sala com janela em L para a rua, em que as pernas do L são 1,0 e 4,0 metros respectivamente, para janelas completas em material de média qualidade, vidro duplo, com corte térmico, e aberturas normais e basculantes? Eu sei, porque o paguei. E se fosse agora não me custava o mesmo de há poucos anos. Claro que pode ser sem corte térmico! Ou sem aberturas basculantes! Ou, talvez só com um vidro, mas mais grossinho!

Eu não sei se o escriba se inspirou em mínimos para casinhas na Quinta da Marinha. 
Este tipo de artigos servem a quem, a que portugueses se dirigem?
Aos estrangeiros ricos que por cá se fixam servem certamente, como casal francês meu amigo. Sabem onde estão as boas casas, as novas sustentáveis e baratinhas, e imóveis antigos que transformam com ………..uns mínimos, como fez o casal Francês meu amigo junto ao Largo do Carmo! Enfim.
AC

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