sábado, 21 de novembro de 2015

O INTRUJÃO
Lembrei-me disto, do intrujão, depois de uma longa conversa com um vizinho aqui na aldeia. De facto, muitas vezes na vida, a muitos de nós, acontece sermos intrujados. Mas não me quero referir ao"inocente" intrujão das feiras a vender cobertores da melhor cachemira.
Não, este intrujão, cada vez mais finório e arrogante, ordinário por vezes à frente de todos os olhos embora nem isso o aborreça, é aquele figurão que começou espertalhaço ainda quase menino.
Deve ter tido bons professores, soube surfar as ondas populistas da época, soube estagiar junto de figurões maiores, soube ir agachando-se sempre um pouco.
Uns quantos anos a engraxar, uns quantos anos a enganar quem também sempre gostou de ser enganado se fosse suficientemente bajulado.
Soube ir derretendo corações deles é delas, sempre muito jeitoso nas vernissages, sempre por cima, sempre a sair antes que se fizesse tarde.
Naturalmente que, sendo quase o super intrujão, é cínico, é frio, é ordinário, é calculista.
Mas para quem me está a ler e possa começar a ficar impaciente direi que um bom exemplo definidor deste intrujão é, um dia alguém muito estimável  e muito respeitado profissionalmente e como cidadão lhe pedir audiência, alertá-lo para um determinado assunto/ problema premente, recomendar-lhe a solução, e o intrujão agradecer a opinião, reconhecer a validade da solução mas, naquele seu sorriso detestável retorquir - é de facto a solução, alguém depois de mim decidirá, eu não. E despediu-se! Claro que o tal cidadão consciencioso ficou para morrer. Tinha-se esquecido que já tinha travado conhecimento com a PEÇA tempos antes, quando ambos estiveram noutra "empresa"
É este o tipo de intrujão manhoso e nada confiável que anda por aí.
AC

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