quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A sobretaxa do IRS, e outros descontozinhos.
Vamos lá a ver se consigo ser claro: eu nunca fiquei, não estou, e não vou ficar nada contentinho, porque me tiraram uma enormidade de dinheiro, vão devolver-me quase nada se devolverem, e no futuro, com a linda telenovela que andam a preparar, provavelmente vou voltar à estaca inicial se não for pior.
Vamos lá a ver se consigo ser claro: todo e qualquer euro que entre a mais do que venho recebendo mensalmente, APLAUDO. Não haja dúvidas que prefiro ter mais ao fim do mês.
Vamos lá a ver se consigo ser claro: não é esta uma reação imediata, natural, sobretudo para todas as pessoas que menores rendimentos têm? Creio bem que será!
Vamos lá a ver se consigo ser claro : mas passada a satisfação natural, perante qualquer anúncio de medidas acenando com recuperação financeira para as famílias, julgo que um simples raciocínio de honestidade intelectual, irá esfriar um pouco a alegria momentânea.
Vamos lá a ver se consigo ser claro : porque, apesar de Jerónimo de Sousa dizer, para quem o quer ouvir sem nunca lhe perguntar coisas concretas, e pedir explicações detalhadas, de que Portugal é um País cheio de recursos - creio que a expressão foi TEMOS RIQUEZAS E RECURSOS - a realidade é que se olharmos, à pesca, à construção naval, à indústria exportadora no seu todo, à cortiça, aos olivais, à agro-pecuária enfim, aos serviços, ao turismo, aos portos, creio que facilmente se demonstra que tudo somado não chega para alimentar a nossa máquina nacional.

Alguma maneira teremos de arranjar, para definir um rumo que possa levar o País, gradualmente, e vai levar muitos anos, a diminuir as nossas insuficiências. Ou seja, creio, precisamos de continuar por muitos e bons anos a conseguir empréstimos ao mais baixo juro, até que este desgraçado País se comece a endireitar.

Isto dito:
1. Não é com todas as políticas dos últimos 4 anos que vamos lá. Mas algumas da mesma natureza das postas em execução serão necessárias.
2. Não é com a continuação do esfolar a maioria, e nada tocar em fundações, empresas públicas, PPP's, rendas, etc, que vamos lá.
3. Mas também não me parece que seja bom caminho, começar a gastar sem controlo. Não cai do Céu!
4. Desagrada-me, MUITO, mas muito, continuar a ter menos ao fim do mês do que tinha em 2010, mas é nesta perspectiva (ponto 3) que entendo as medidas desta 5ª feira. Fico agora curioso, para ver o que vai o PS fazer na AR. Muito curioso.
AC

ADENDA da manhã de 6 NOV
A propósito disto, sobretaxa e etc ou seja, a propósito do OE que não vai existir tão cedo, muitas pessoas equacionam estas coisas de maneiras diferentes mas, a meu ver, e sobretudo os anónimos que comentam em blogues ou fazem circular desinformação, equacionam as coisas com os pés. Não pretendo ofender ninguém, pois as opiniões singulares devem ser respeitadas mas, caramba, no plano dos argumentos, lê-se e ouve-se muita coisa ponderada no disparate, na ausência das coisas concretas.
Ora vejamos.
O PR devia ter marcado as eleições o mais cedo que fosse possível. Assim, quaisquer que fossem os resultados, quaisquer que fossem os joguinhos dos Passos, dos Costas, dos Portas, dos Jerónimos, das Catarinas, das Heloísas e por aí fora, as coisas caberiam dentro de prazos tais que permitiriam a quem quer que fosse, estar na AR a apresentar programa e (se passasse) o OE para 2016.
Porque de facto, a proposta de OE cabe sempre ao governo apresentar mas, constitucionalmente, a AR aprova ou não e em consequência, o OE é de facto da AR. Mas dizer-se, como se vê por aí, que o OE não é do Costa (ou se fosse outro) é argumento dos muitos que acha por aí que devemos viver como quisermos e os outros a pagar. 
Claro que o OE não é do nomeado PM. Mas se um putativo PM arrasta as coisas, em cima do que o PR tolamente já anteriormente arrastou, então as coisas ficam muito complicadas para todos nós. Por isso, os diplomas ontem aprovados têm, a meu ver, a intenção de procurar evitar que se comece a gastar à fartazana! Claro que também vai obrigar o PS a tomar posição, o que vai ser extremamente curioso.
Cá para mim, António Costa, tal como fez com António Seguro da primeira vez que tentou assaltar o poder no PS, vai acabar por recuar e não se apresenta para formar governo.
Veremos se me engano.

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