Neste dia, no afastado ano de 1918, foi posto um fim ás atrocidades, ás brutalidades, ás hostilidades, que se verificaram na sangrenta guerra em solo Europeu, a chamada I Grande Guerra. Nesse dia foi assinado o armistício. Convencionou-se o dia 11 de Novembro para vincar nesta data um gesto, uma homenagem, aos milhares e milhares de militares caídos durante essa guerra.
Nos países ligados ao Reino Unido, muitos cidadãos ostentam nesta data nos seus casacos, a simbólica papoila vermelha.
Este símbolo, decorre da realidade da natureza verificada por todo o lado, também, nos campos de batalha, designadamente na Flandres: o anual aparecimento de papoilas e particularmente nos cemitérios, por entre campas onde descansam esses milhares de combatentes.
No meu desgraçado País, tudo o que cheire a militar é esconjurado. Não é agora o momento para enunciar alguns factos relacionados com esta triste realidade.
O que queria salientar, é que a Liga dos Combatentes, celebra sempre este dia.
Ouvi hoje o discurso do Presidente da Liga dos Combatentes. Daquelas palavras se podem retirar várias conclusões sobre a sociedade onde me insiro. Mas fico por aqui.
São portanto 97 anos sobre o armistício.
Mas 11 de Novembro é também a data da independência de Angola. Esta data é, assim, considerada como a que marca o fim da guerra no Ultramar.
Também concordo com muitos dos que, lamentando a descolonização desordenada (para dizer o menos), essa tragédia pode em grande medida ser considerada a outra face da colonização mas, sobretudo, da descolonização que não foi e devia ter sido feita, na mesma senda do que concretizaram outros países Europeus.
Mas o que repudio é a linguagem soft sempre utilizada para desculpar a ligeireza particularmente de dois ou três dos donos disto tudo, civis. Repudio esse branqueamento constante da nossa história recente. Porque o drama que se verificou com os retornados, não pode ser só atribuído ao que, muito estupidamente, não se fez antes do 25 de Abril. As acções, as inações, e as omissões, dos novos senhores de então, muito contribuíram para as tragédias que ocorreram.
11 de Novembro, respeitem-se os combatentes, de todos os lados das trincheiras.
AC
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